Em São José dos Campos e Jacareí, cerca de 4 mil metalúrgicos votaram repúdio ao PL 4330

Como parte do Dia Nacional de Luta contra o PL 4330, que amplia a terceirização no setor público e privado, metalúrgicos de São José dos Campos e Jacareí, interior de SP, realizaram nesta terça-feira, dia 6, assembleias em fábricas da categoria para repudiar a proposta.

Houve assembleias na Embraer e Sun Tech, em São José, Wirex Cable, Emerson e Rexam, em Jacareí, onde houve atrasos na entrada. As assembleias pela manhã reuniram no total cerca de 4 mil metalúrgicos e metalúrgicas, que também iniciaram a mobilização pela Campanha Salarial e aprovaram a pauta de reivindicações da categoria.

O PL 4330 tem previsão para ir à votação na Câmara dos Deputados no próximo dia 13 e esta terça-feira foi definida pela CSP-Conlutas e demais centrais sindicais como um dia unificado de mobilização para aumentar a pressão e barrar a medida.

Nas assembleias, foi denunciado o projeto de lei de autoria do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), que legaliza a terceirização de todo tipo de atividade nas empresas públicas e privadas, inclusive as chamadas atividades-fim, o que hoje é proibido. A proposta é um grave ataque aos direitos e uma precarização ainda maior do trabalho.


Operárias da empresa Sun Tech

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o trabalhador terceirizado ganha 27% menos que os demais, cumpre três horas a mais em sua jornada semanal e fica 2,6 anos a menos no emprego. A cada dez acidentes de trabalho, oito acontecem entre os terceirizados.

O PL 4330 também prevê o fim da chamada “responsabilidade solidária”, que transfere à empresa contratante a obrigação de cumprir com deveres trabalhistas desrespeitados pela contratada. Com isso, se a empresa terceirizada deixar de pagar o FGTS dos trabalhadores, por exemplo, a tomadora de serviços não teria mais qualquer responsabilidade.

Nas assembleias foi ressaltado ainda que a mobilização deste dia 6 é parte das resoluções da última reunião entre as centrais sindicais, que programam para 30 de agosto um grande dia nacional de paralisações.

Hoje foi um aviso para o Congresso e para os patrões que não vamos aceitar ataques aos nossos direitos. Basta de dinheiro para os bancos e empresas. Queremos uma política econômica dos trabalhadores que invista em saúde, educação, transporte público, moradia, reforma agrária e avance em mais direitos para os trabalhadores. É uma preparação para o dia 30 de agosto, quando vamos parar o Brasil”, afirmou Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.