Ato denunciou mentiras do governo e dos empresáriosUma assembléia com os trabalhadores do primeiro turno da General Motors iniciou, nesta terça-feira, 1º de abril, as manifestações para marcar o Dia Nacional de Luta contra as Mentiras do Governo e dos Patrões. A assembléia começou às 5h30 e durou uma hora.

Este dia de luta, que terá manifestações em várias partes do país, foi definido no início deste ano na reunião nacional da Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas. O objetivo é denunciar as mentiras que o governo e os patrões têm divulgado para atacar os trabalhadores e unificar as lutas dos trabalhadores.

Do caminhão de som do Sindicato, os dirigentes sindicais denunciaram as mentiras que estão sendo contadas, como a que diz que a “transposição do rio São Francisco vai acabar com a fome no Nordeste” ou que “a dívida externa acabou e o Brasil é credor internacional”.

Porém a principal mentira desmascarada pelo Sindicato, filiado à Conlutas, foi a que está sendo divulgada pela GM, de que “flexibilização dos direitos e salários dos trabalhadores ajuda a criar empregos”.

“GM, chega de mentiras! Reduzir direitos não gera empregos” era uma das faixas na assembléia. O Dito Bronca, tradicional personagem da categoria, conhecido por denunciar os ataques e a exploração da patronal, através de uma coluna no Jornal do Metalúrgico, também participou da atividade. De forma irreverente e bem humorada, um trabalhador caracterizado como o Dito vestiu uma camiseta “Não ao Banco de Horas”.

“A GM diz que é preciso aceitar o Banco de Horas e reduzir direitos para gerar empregos e trazer investimentos. Mas, isso é mentira. O que a empresa quer é precarizar as condições de trabalho e aumentar a exploração dos trabalhadores”, explicou o diretor Renato Bento Luiz, o Renatão.

“Onde houve flexibilização, como na Volks no ABC paulista e em Taubaté, que são dirigidos por sindicatos da CUT, os trabalhadores foram prejudicados com redução de salário, aumento da exploração e do desemprego. Isso sem contar que eles são chantageados permanentemente pelas empresas”, disse.

O diretor do Sindicato dos Químicos, filiado à Conlutas, Wellington Cabral, também falou aos metalúrgicos da GM e relatou a situação semelhante de ataque aos direitos pela qual também estão passando os trabalhadores da Johnson & Johnson, de São José dos Campos.

A Johnson está implementando, à revelia dos trabalhadores, um plano de reestruturação de cargos e salários, que cria um novo nome para funções já existentes, de modo que os trabalhadores que recém ingressam na empresa, recebem salários inferiores. O rebaixamento salarial chega a mais de 38%.

Ao final da assembléia, os trabalhadores reafirmaram, a luta contra os ataques da GM, o Banco de Horas e a redução de salários.

PLR
A assembléia também deu a largada na campanha da PLR 2008. Em meio à produção e vendas recordes que a montadora está obtendo no Brasil, os trabalhadores discutiram que querem a sua parte nos lucros da empresa.

Foi aprovada a pauta de reivindicação que prevê o pagamento da primeira parcela para o mês de maio, valor maior que reflita o aumento das vendas da empresa, criação de uma comissão de negociação da PLR formada por trabalhadores com estabilidade e não inclusão de metas de absenteísmo.

Mais atividades
Ainda pela manhã, também como parte deste dia de luta contra as mentiras dos governos e dos patrões, houve assembléia na metalúrgica Delbrás, que fica nas Chácaras Reunidas. Os trabalhadores pararam por 40 minutos e votaram apoio à luta dos metalúrgicos da GM contra a redução de direitos e o banco de horas.

Houve, ainda, um protesto contra o prefeito Eduardo Cury (PSDB), que é um dos donos da Delbrás. Foi criticada a postura oportunista do tucano, que defendeu a redução de salários dos trabalhadores da GM, bem como a falta de uma política de moradia da Prefeitura para São José.

Mas as atividades deste dia 1º de abril continuam. Ainda pela manhã, às 10 horas, haverá manifestação e panfletagem no centro da cidade, na Praça Afonso Pena.

À tarde, haverá nova assembléia na GM e, às 16 horas, sairão ônibus da sede do Sindicato rumo a São Paulo, para o ato que acontecerá na Casa de Portugal (no bairro Liberdade). O ato vai contar com a presença do bispo de Sobradinho, dom Cappio, que realizou uma greve de fome contra a transposição do São Francisco.