Terceirizados da refinaria só voltam ao trabalho após garantia de pagamento integral dos dias parados e ajuda de custo de R$ 200Durante assembléia que aconteceu na manhã desta segunda-feira, dia 9, os cerca de 12 mil trabalhadores terceirizados da Revap aprovaram, por unanimidade, as decisões do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas, da última sexta-feira.

O tribunal concedeu, entre outros benefícios, 10% de reajuste salarial, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 1.500, melhoria no percentual de horas extras, abono da terça-feira de Carnaval, estabilidade de 90 dias e reembolso de passagem, a cada 120 dias, para trabalhadores que moram a mais de 200 km da Revap.

No entanto, os trabalhadores decidiram manter a greve, que hoje completa 24 dias. Isso porque dois pontos da pauta de reivindicações ainda não foram atendidos, causando descontentamento aos trabalhadores.

O primeiro ponto é a reposição total dos dias parados. O tribunal determinou que esse item fosse negociado entre as partes. Mas até agora nenhuma empresa reabriu as negociações para discutir os dias parados. A categoria também insiste na ajuda de custo de R$ 200, que não foi julgada pelo tribunal.

“O tribunal não se posicionou sobre a ajuda de custo, que é necessária devido ao grande arrocho salarial da categoria. E também esperamos que as empresas concordem em não descontar os dias parados. Por isso, os trabalhadores decidiram continuar parados até que esses dois pontos se resolvam”, disse o coordenador regional da Conlutas José Donizete de Almeida.

A decisão de hoje é mais uma clara demonstração de unidade e disposição de luta dos trabalhadores, que estão decididos a não ceder às pressões dos patrões.

Pressão
Um consórcio de 11 empreiteiras terceirizadas da refinaria estão veiculando na imprensa um informe publicitário que diz que a greve foi considerada abusiva e ameaça os trabalhadores para que voltem ao trabalho, “a fim de que não sofram maiores prejuízos”.

“Continuamos dizendo que abusiva é a postura das empresas que estão mantendo condições de trabalho irregulares. A Justiça ignorou esta realidade. Por isso, a decisão dos trabalhadores foi unânime pela continuidade da greve”, concluiu Almeida.