Ato contra a Alca no FSM
Wladimir Souza / Cromafoto

Encontro aprova calendárioA Assembléia Continental contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), ocorrida nesta sexta-feira no Anfiteatro Por do Sol, contou com a participação de cerca de 300 pessoas representando diversos países da América Latina como Equador, Bolívia, Argentina e Haiti entre outros. O PSTU também esteve presente com um significativo grupo de militantes.

A Assembléia, desde seu início, foi marcada por uma avaliação, no mínimo equivocada, da Coordenação da Campanha que afirmava que as mobilizações impediram a implementação da Alca sem tecer qualquer crítica aos governos da região, que defendem sua implantação e já aplicam uma série de medidas de ataque aos trabalhadores e à juventude, em especial, no Brasil com o governo de Lula.

Essa avaliação ufanista representa um grave equívoco que desarma os ativistas para os próximos enfrentamentos que se avizinham e só serve para poupar os governos que aplicam o mesmo receituário neoliberal do FMI e do Banco Mundial.

Cyro Garcia, que falou em nome do PSTU, destacou a importância da luta dos trabalhadores e da juventude para impedir a implementação da Alca conforme o calendário original, mas ressaltou que as negociações continuam para implantação total da Alca e que os governos da região, como de Lula no Brasil, são totalmente subservientes à política de recolonização de Bush e que por isso mais que nunca é preciso intensificar as mobilizações seguindo o exemplo dos trabalhadores bolivianos e dos piqueteiros argentinos.‘Sem dúvida a luta dos povos de diversos países barraram o projeto de implantar a Alca no início deste ano, mas isso em nenhum momento significa que a Alca está derrotada. Para isso é preciso derrotar a política econômica dos governos, inclusive, do governo Lula’, disse Cyro.

Da mesma forma, a representante da CONAE do Equador afirmou que só a mobilização dos trabalhadores poderá derrotar a Alca em definitivo, pois o conjunto dos governos da região aplicam o mesmo receituário neoliberal do FMI e do Banco Mundial.

Outro importante momento foi quando o representante do Haiti denunciou a intervenção militar da ONU em seu país que está a serviço de defender a manutenção do governo e dos interesses do imperialismo naquela região.

Neste aspecto, Cyro Garcia destacou que: “É lamentável a postura do governo Lula nesse episódio ao enviar tropas brasileiras para o Haiti, pois somente o Governo Ditatorial de Castelo Branco tomou medida semelhante atendendo as ordens do governo norte-americano. Defendemos o direito do povo haitiano de decidir livremente seus próprios rumos”.

Ao final da Assembléia, foi reafirmada a necessidade de se intensificar a campanha este ano e aprovado um calendário de mobilizações e discussões em todas as regiões. Em seguida, os participantes saíram em passeata para mostrar que a Campanha contra a Alca continua.

Calendário de mobilização para 2006

  • 10 a 17 de abril
    Jornada Mundial Contra o Livre Comércio

  • 20 a 30 de abril

    Conferência em Havana para avaliação sobre a Campanha da Alca
    Outubro

    Jornada de Mobilização contra a Alca

  • Novembro
    Cúpula Presidencial em Mar del Plata – Argentina