Nesta quinta-feira, 4 de maio, os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) definiram, em assembleia geral com mais de mil estudantes, entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação foi deflagrada em virtude da ocupação do campus pela polícia militar, ordenada pelo governo estadual de José Serra (PSDB) e pela reitoria.

A greve também é contra o projeto de ensino à distância do governo Serra e por mais verbas pra educação pública, além de defender eleições diretas para reitor. Os estudantes também apoiam a greve dos funcionários e professores.

Derrotar a ocupação militar
A indignação tomou conta dos estudantes, professores e funcionários na segunda-feira, 1 de junho. Serra e a reitoria da USP mandaram a PM ocupar o campus principal. A ação, que repete os atos mais autoritários da ditadura militar, causou comoção na universidade.

Imediatamente, diversos cursos paralisaram as aulas. Ao mesmo tempo, assembleias de cursos iam acontecendo e eram categóricas: votavam greve. Na quinta-feira à tarde, os professores da USP entraram em greve, somando-se aos funcionários parados há mais de 20 dias. À noite, foi a vez dos estudantes.

Na Unesp, vários campi já se encontram em greve. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e a Faculdade de Educação da Unicamp também.

Abaixo a Univesp e diretas pra reitor
A greve também tem como objetivo derrotar o projeto de ensino à distância de Serra, chamado de Univesp, que visa substituir o professor em sala por telecursos. Além da luta contra a Univesp, os estudantes da USP iniciam a campanha Diretas Já na USP! A reitoria que manda a PM invadir a USP e implementa o ensino à distância não tem legitimidade pra dirigir a universidade.

Em greve e construindo o Congresso Nacional dos Estudantes
As lutas também devem se unificar nacionalmente. Por isso, quase 30 cursos da USP elegeram delegados ao Congresso Nacional de Estudantes. A representação da USP deve chegar a quase 200 delegados da universidade.

O curso de Letras, por exemplo, em assembleia com mais de 400 estudantes esta semana, votou pela greve e elegeu os delegados ao CNE. As lutas das estaduais paulistas devem ser combinadas com as dos estudantes de todo país. Assim, nossa chance de vitória será maior. Todos ao Congresso Nacional!