Na noite de terça-feira, 27 de outubro, aconteceu, na Assembleia Legislativa de São Paulo, um ato em homenagem a Santo Dias. O sindicalista foi assassinado pela ditadura militar, aos 37 anos, quando participava de um piquete na fábrica Sylvânia.

Mais de cem pessoas homenagearam e lembraram o líder morto. O ato marcou o fechamento de quatro dias de homenagens a ele. A solenidade na AL iniciou com uma apresentação musical sobre Santo Dias. Um memorial em homenagem ao sindicalista foi inaugurado como parte do projeto Direito à Memória e à Verdade

O sindicalista
Santo Dias entrou para a Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo em 1965. A partir de então, passou a militar ativamente no seio da classe operária em plena ditadura militar. Ele fez parte de grupos que deram origem à Pastoral Operária e sua militância extrapolava o movimento sindical. Era também um líder do movimento popular.

O operário se destacou, contudo, no grande ascenso operário do final dos anos 1970, marcado pela explosão de grandes greve. Foi numa dessas greves que Santo Dias perdeu a vida. No primeiro dia da greve da capital paulista, 28 de outubro de 1979, a polícia já havia invadido as subsedes do sindicato, indicando que não daria folga para o movimento.

No dia 30, durante um piquete, o sindicalista dialogava com os operários da Sylvânia. O policial militar Herculano Leonel atirou em Santo Dias pelas costas quando este tentava negociar com a polícia que havia chegado para reprimir a greve.

O velório do operário, no dia seguinte, se transformou numa grande mobilização de massas. Mais de 30 mil pessoas acompanharam o enterro e protestaram.

*Com agências