O governo Lula quer fazer os trabalhadores acreditarem que o país está caminhando para chegar ao primeiro mundo com o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016.

Mas, de repente, uma imagem abalou o delírio lulista: a queda de um helicóptero da Polícia Militar, abatido por bandidos do Morro dos Macacos, no Rio de Janeiro. Junto com as cinzas do helicóptero estavam os resultados da política de segurança adotada pelos governos de Sérgio Cabral (PMDB) e Lula. A repressão fascistoide simbolizada pelo Bope e a violência indiscriminada contra as comunidades das favelas mostram seus resultados nulos.

Toda a geração de militantes do movimento sindical, estudantil e popular que ajudou no passado a construir a CUT e o PT enfrentou a política de segurança aplicada por Paulo Maluf (PP) em São Paulo.

O ex-governador defendia a Rota, uma polícia violenta e corrupta, como a solução para combater o aumento da violência. Os movimentos sociais, naquela época, explicavam que nada mudaria enquanto não acabasse a política econômica do governo, que gerava pobreza e violência.

Hoje, tanto o governo Lula e seu pupilo Cabral quanto a oposição de direita (PSDB e DEM) defendem a mesma política de aumentar cada vez mais a repressão. Mas o resultado real é que os bandidos do Rio já têm poder de fogo suficiente para derrubar um helicóptero.

Sem mudar a situação social que gera a violência, de nada adianta aumentar a repressão. Sem isso, os bandidos sempre vão poder recrutar parte da juventude para seus exércitos e impor seu domínio nas comunidades. Ou muda a política econômica, ou a situação vai piorar cada vez mais.

Não adianta armar melhor essa polícia corrupta. As armas sempre acabarão nas mãos dos traficantes. É necessário acabar com esta polícia e organizar outra, controlada pela população.

Três trabalhadores jovens que moravam na favela morreram na subida do morro. Isso é exatamente o retrato da situação dos trabalhadores, que ficam entre dois fogos, o da polícia e o dos traficantes. Podem acabar morrendo, como esses três, e serem chamados de bandidos pela polícia. Para ela, todos os moradores dos morros são bandidos.

O futuro do país com esse plano econômico do lulismo (o mesmo dos governos de FHC) não inclui mais emprego e saúde com a exploração do pré-sal. Não teremos mais direito ao esporte por causa da Copa do Mundo de 2014 ou as Olimpíadas de 2016.

Haverá lucros bilionários para as multinacionais que investirão no petróleo, assim como para as grandes empresas que farão as obras da Copa e das Olimpíadas. O governo apoiará essas grandes companhias, mas o país será cada vez mais desigual e violento.

Post author Editorial do Opinião Socialista Nº 393
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