Vinte anos passaram-se, desde o fim da ditadura militar, e muitas coisas mudaram no país. Hoje existe a liberdade de votar a cada dois anos e O PT está no governo.
Contudo, segue o ataque do governo aos direitos dos trabalhadores. E, como produto da luta contra essa situação, estão surgindo novos organismos como foram a CUT e o PT no passado. Mas, o que impressiona é o fato dos atores que lutaram contra os militares terem mudado completamente.

Antes era a ditadura e seus partidos (que incluíam representantes políticos como Maluf, ACM, José Sarney) que atacavam os trabalhadores. Um de seus principais articuladores econômicos era Delfim Neto. Além disso, o regime militar impôs um controle do Estado sobre os sindicatos. A ditadura tinha como aliados os pelegos de então, com “Joaquinzão”, dos metalúrgicos de São Paulo.

A reorganização das massas expressava-se na CUT e no PT, com uma base fundamental no ABC, no sindicato dos metalúrgicos.

Hoje, os papéis estão trocados. O PT no governo federal está preparando a inclusão dos representantes de Maluf, Delfim e Sarney no ministério.
Articula uma reforma Sindical que propõe atrelar os sindicatos ao Estado, voltando aos tempos da ditadura, com o Ministério do Trabalho decidindo quais os sindicatos que poderão existir. Caso consiga aprová-la, o governo vai impor um retrocesso no nível de vida das massas (acabando com direitos dos trabalhadores), semelhante ao que a ditadura fez no passado.

Esta reforma tem como um de seus co-autores o Paulinho da Força Sindical, sucessor de “Joaquinzão” no sindicato dos metalúrgicos de São Paulo. Marinho, outro co-autor da reforma, é o atual presidente da CUT e o maior pelego do país. Hoje ele está enfrentando nas eleições sindicais na Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), uma chapa formada por ativistas de base com grande peso da Conlutas.

A Conlutas defende posições que, no passado, foram levantadas pela CUT, como liberdade e autonomia sindical e a luta contra o arrocho salarial do governo. Hoje a Coordenação propõe a todas as correntes sindicais a mais ampla unidade para lutar contra as reformas Sindical, Trabalhista e Universitária de Lula e do FMI.
Como no passado, a coalizão conservadora, capitaneada atualmente pelo PT, pode ser derrotada. E a reorganização de base, como se expressa na Conlutas, pode ser vitoriosa na luta contra as reformas.

Post author Editorial do jornal Opinião Socialista 211
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