Diante do episódio da quebra das vidraças do Salão Negro do Congresso, o presidente da CUT, Luís Marinho, declarou à imprensa que os “manifestantes já foram identificados e são ligados ao PSTU”.

Antes de mais nada, queríamos refrescar a memória do Sr. Marinho e lembrá-lo de que ele foi indicado pelo Palácio do Planalto à presidência da CUT e não à superintendência da Polícia Federal ou da Abin.

Os militantes do PSTU estiveram com a massa de servidores que abraçaram o Congresso. Ação essa, diga-se de passagem orientada pelo Comando de Greve. O PSTU não orientou, nem participou da quebra das vidraças. Não porque defendamos a “ordem” como Marinho, mas porque não realizamos e consideramos errado realizar ações isoladas ou separadas das massas. Nesse episódio, era um erro quebrar as vidraças ou ocupar de fato o Congresso. Poderão, entretanto, existir momentos que isso seja correto, seja tomado pelas massas e o PSTU não tituberá em se colocar na linha de frente de tal ação.

Mas, se neste episódio tal ação não era o caso, isso não quer dizer que aceitemos a tentativa do governo, da mídia e do congresso, de atribuir a responsabilidade da violência aos manifestantes que quebraram as vidraças. Nós compreendemos a ação que eles tiveram, produto da indignação contra toda a truculência e violência do governo e do Congresso.

A violência que existiu em Brasília foi protagonizada e é de inteira responsabilidade do governo, e da polícia convocada pelos expoentes do PT. Partido do qual Marinho faz parte.

Enquanto o presidente do PSTU e membro da executiva da CUT, Zé Maria, enfrentava junto com os servidores a Polícia na votação da PEC, o presidente da CUT não estava presente. Não o vimos também em nenhum dos carros de som que comandavam a manifestação. Ainda que, no interior do movimento, condenemos a ação individual e separada das massas que atenta muitas vezes contra a ação coletiva, jamais deixaremos de defender os que a praticam perante a repressão e menos ainda sairemos na imprensa “identificando supostos s responsáveis” e os entregando a repressão. Equivocados ou não defenderemos todos os ativistas que caiam nas garras da “ordem” .

Post author João Ricardo Soares,
da redação
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