O crescimento da violência está relacionado a dois fatores estruturais, que não podem ser resolvidos por medidas paliativas. O primeiro é o aumento da miséria e do desemprego, causados pela economia capitalista neoliberal.

Os governos do PSDB/PFL, primeiros responsáveis pela aplicação destes planos no Brasil, transformaram em permanentes os altos índices de desemprego e arrocharam mais os salários. O PT, ao chegar ao governo, aprofundou o neoliberalismo, agravando ainda mais o “apartheid social”.

No Brasil, os 10% mais ricos da população são donos de 46% do total da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres ficam com apenas 13,3%. O desemprego nas grandes metrópoles chega a 20%. Além disso, a ausência da reforma agrária faz com que milhões fujam do campo para as favelas.

As periferias das cidades são barris de pólvora, em que a falta de esperança toma conta da vida de trabalhadores e jovens. Sem perspectivas, milhões de jovens são facilmente recrutados como “Bin Ladens” (como são chamados os autores dos atentados do PCC) e “Falcões” (do tráfico de drogas).

Ao invés de combater as causas sociais da violência, a resposta do PT e dos governos de PSDB e PFL foi o aumento da repressão. À medida que os investimentos sociais foram diminuindo e os recursos eram direcionados para pagar as dívidas, os governos e a burguesia combatiam a criminalidade com políticas de segurança repressivas e a construção de presídios. Assim, criou-se um “estado mínimo” para os pobres e um “estado máximo” de repressão.

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