O capitalismo, além de não resolver problemas básicos como emprego, salário decente e reforma agrária, tampouco é capaz de resolver o problema da corrupção.
A corrupção aumenta de volume, ano após ano. Collor e PC Farias roubaram cerca de um bilhão de dólares, e são considerados até hoje recordistas na corrupção. Mas já foram ultrapassados.

FHC, só com as privatizações das telefônicas e da Vale, desviou muito mais do que isso. O valor real da Vale do Rio Doce era de R$ 100 bilhões e foi vendida por R$ 3,3 bilhões (o que corresponde ao lucro de três meses dessa empresa). O valor da Telebrás era de R$ 120 bilhões e foi vendida por R$ 22 bilhões. Só nestas duas transações, as empresas privadas e a direção do PSDB-PFL roubaram R$ 194,7 bilhões do país, quase 90 bilhões de dólares. No governo Lula, só as movimentações das contas de Marcos Valério ultrapassaram Collor e PC Farias.

A origem da corrupção está estreitamente ligada ao controle do país pelas grandes empresas capitalistas. Não existem só os políticos corruptos, existem as grandes empresas corruptoras. São elas que financiam as campanhas eleitorais dos partidos e depois cobram seus favores com a corrupção. Enquanto não acabar o poder das grandes empresas, não se acabará com a corrupção. O que equivale a dizer que, enquanto houver capitalismo, haverá corrupção.

Para os que acham que corrupção é “coisa de brasileiros”, basta ver que a Itália, campeã da Copa do Mundo, vive uma enorme crise de corrupção em seu campeonato nacional, com alguns de seus principais clubes (como a Juventus) rebaixados. O governo norte-americano de Bush está envolvido em dezenas de denúncias grossas de corrupção, envolvendo, por exemplo, seu vice-presidente Dick Cheney com contratos superfaturados no Iraque.

A segunda fonte da corrupção é o regime político em que vivemos. A “democracia” burguesa, na verdade, é uma ditadura, em que os governantes são eleitos por um esquema corrompido e não são controlados pela base. Os grandes partidos têm campanhas eleitorais caríssimas, financiadas pelas grandes empresas, que depois conseguem os contratos do governo eleito e leis que garantem seus lucros. Os governantes podem corromper os parlamentares (e vice-versa) porque são eleitos e não podem ter seus mandatos revogados a qualquer momento.
Por isso dizemos que essa é uma democracia dos ricos e para os ricos. Aos trabalhadores só resta o direito, como dizia Marx, de eleger a cada quatro anos os que vão explorá-los nos anos seguintes.

Para acabar de vez com a corrupção, é preciso acabar com o capitalismo e chegar a uma nova democracia, com novas instituições, em que os trabalhadores possam controlar os dirigentes, através de seus próprios organismos de base. Os dirigentes seriam eleitos com mandatos revogáveis a qualquer momento, e poderiam ser controlados pelos trabalhadores.
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