Governo Lula: corrupção escancarada
Depois das denúncias de corrupção nos Correios, Lula declarou, sobre Roberto Jefferson, que “parceiro é solidário com seu parceiro”, e que daria um cheque em branco a ele e dormiria tranqüilo. Logo depois, o “parceiro” de Lula revelou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, coordenava um esquema que pagava R$ 30 mil de “mensalão” aos deputados do PP e PL.

Aparentemente, o cheque que Lula dava a Jefferson não era exatamente em branco.
Para abafar a CPI, a liberação de verbas pelo governo para os deputados custou R$ 400 milhões aos cofres públicos. Mais uma expressão da corrupção institucionalizada, à luz do dia.

O reflexo dessa bandalheira na consciência do povo foi dura para o governo. Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha revela que, entre março de 2004 até a semana passada, dobrou de 32% para 65% o número de brasileiros que acreditam que o governo Lula é corrupto.

Mas o governo não é a única instituição do regime afetada pela corrupção. Vejamos.

Congresso Nacional: antro de picaretas
O Congresso Nacional talvez seja a instituição com maior número de corruptos por metro quadrado. A começar pelo seu presidente, Severino Cavalcanti, conhecido por querer aumentar os salários dos deputados, empregar parentes, dar apoio político em troca de cargos e emendas no Orçamento. Por trás das aparências democráticas, o que resta é uma instituição corrupta, antidemocrática, que serve aos interesses das grandes empresas, e onde a compra de votos é norma. Com raríssimas exceções, quase todos os parlamentares participam do jogo sujo de conchavos, lobbys, jetons e do “mesalão” revelado pelo corrupto Roberto Jefferson.

Antes mesmo de serem eleitos, os parlamentares já estão corrompidos, uma vez que fazem campanhas milionárias financiadas por empresários, latifundiários e banqueiros que depois cobram a sua fatura.

Os trabalhadores só têm o direito de votar de quatro em quatro anos em parlamentares para depois ver que eles trairão sua confiança, votando contra seus interesses, e se corrompendo.

A Justiça dos poderosos
É comum ver pessoas que cometem pequenos roubos, motivadas pela miséria, serem condenadas a anos de prisão. Por outro lado, corruptos que se tornaram notórios neste país gozam a mais absurda impunidade. É assim que funciona a Justiça dos ricos no Brasil.

O deputado Jader Barbalho (PMDB), chefe de esquema de corrupção na Sudam, foi preso, mas não chegou a ficar 11 horas na cadeia. O ex-senador Luiz Estevão, envolvido com o desvio de recursos da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo, simplesmente foi absolvido pela Justiça. Isso ocorre porque a Justiça e seus tribunais também estão infestados por corruptos como o célebre Nicolau dos Santos Neto, o “Lalau”, comparsa de Luiz Estevão. Aliás, Lalau foi condenado a restituir aos cofres públicos menos de 1% do que roubou.

Os trabalhadores e o povo sentem-se impotentes perante a justiça enquanto a grande burguesia se utiliza dos juízes corruptos para fazer valer suas propostas.

Polícia! Chamem o ladrão!
A polícia está completamente corrompida. Não existe “banda podre” da polícia, porque toda a estrutura está apodrecida, desde a sua direção. Grupos de policiais vendem proteção a comerciantes ou traficantes, sob ameaça de prisões ou mesmo mortes como na Baixada Fluminense, onde 29 pessoas foram executados barbaramente.

Na semana passada, sete pessoas foram assassinadas num bairro pobre da periferia do Recife (PE), por policiais ligados a esses grupos de extermínio.

A corrupção nessas instituições é particularmente perversa para os trabalhadores, pois produzem cenas como as torturas da favela naval em Diadema (SP), onde pessoas que voltavam do trabalho foram barbaramente espancadas por policiais e uma foi morta.

Os trabalhadores que moram nos bairros das periferias das grandes cidades têm sempre que temer os ladrões e a polícia, porque tanto um como outro podem matá-lo. A grande burguesia, por seu lado, tem um exército de seguranças privados para proteger a sua segurança.

PSDB e PFL também pagavam “mensalão”
Nos oito anos em que estiveram no poder, PSDB e PFL promoveram os maiores espetáculos de corrupção do país. Um dos casos mais conhecidos de corrupção foram as compras de votos de deputados para aprovar a emenda de reeleição. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. As privatizações da Telebrás e da Vale do Rio Doce foram marcadas pela cobrança de propinas para beneficiar algumas empresas. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter o apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

Onde quer que seja governo, a corrupção é uma constante nas gestões desses partidos. Até mesmo o governo de Geraldo Alckmin, visto como um político “ético”, é marcado pela corrupção. O mais novo caso se refere a uma denúncia sobre as obras contra as enchentes no Tietê.

Quem diria, o PT também tem um PC Farias!
Um personagem oculto aos poucos vai se revelando. Trata-se de Delúbio Soares, tesoureiro do PT. Esse senhor é mais do que um mero administrador das finanças do partido. É o PC Farias do PT. Sua atuação é dirigida para arrecadar “fundos” aos cofres do PT, junto a empresários. Não foi à toa que muitos diziam que as PPPs criadas por Lula poderiam ser chamadas de Lei Delúbio, pois serviriam para ele negociar a concessão de obras públicas a empresários em troca de gordas contribuições.

Agora, as revelações de Jefferson, confirmadas por alguns parlamentares, dando conta que o tesoureiro pagava um “mensalão” aos deputados da base aliada governista, vão aprofundar as investigações.

No rastro de Delúbio, poderão vir à tona os esquemas de propina cobrados pelos dirigentes de estatais indicados pelo PT e partidos aliados. Delúbio, vale lembrar, participou diretamente do loteamento desses cargos.
Muita água ainda vai rolar por debaixo dessa ponte…

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