A mais recente onda de escândalos de corrupção atingiu grandes figurões da política. O presidente do Senado e terceiro na linha de sucessão de Lula, Renan Calheiros (PMDB-AL), está metido até o pescoço em um sórdido caso envolvendo empreiteiras. Como se isso não bastasse, o próprio irmão de Lula fez parte das investigações da Operação Xeque-Mate, acusado de utilizar o parentesco para beneficiar os empresários de jogos. O compadre do presidente e amigo íntimo da família chegou a ser preso na mesma operação. Os escândalos de corrupção ainda estão longe de sair de cena…

O novo escândalo que estremece Brasília atinge todas as instituições da democracia dos ricos, mostrando a completa impunidade que impera no corrupto Congresso Nacional, onde parlamentares têm salvo-conduto para roubar.

A nova crise expõe as regras do jogo da democracia burguesa, na verdade uma democracia para os ricos e corruptos e uma ditadura para os trabalhadores. Nesse regime as eleições são controladas pelo capital, por isso os candidatos da grande burguesia sempre vencem. Nesse jogo de cartas marcadas, os capitalistas impulsionam os grandes partidos e financiam suas eleições milionárias. Empresas e bancos como Odebrecht, CSN, Itaú, Bradesco, entre outros, elegem suas “bancadas”, que negociam os direitos dos trabalhadores, aprovam leis em favor dos ricos na base da compra de votos e dos lobbies, e ainda faturam contratos milionários do Estado.

Por outro lado, a impunidade realimenta a corrupção. Já é praxe ver parlamentares renunciarem para fugir da cassação e em seguida voltarem ao poder, apoiados por uma imensa máquina eleitoral. Foi o que aconteceu nas eleições passadas, que trouxeram notórios picaretas e antigos corruptos, como Paulo Maluf, Fernando Collor e Antonio Palocci.

Também já virou rotina ver os poucos corruptos presos serem em seguida libertados pela Justiça, como foi o caso de todos os 49 envolvidos na Operação Navalha. Afinal, esses corruptos não são como Rosimeire Rosa de Jesus, negra, 33 anos, que ficou presa por 11 meses por tentar roubar uma ducha elétrica de R$ 19, em São Paulo. Ela foi condenada sem direito a apelar em liberdade. Um tratamento bem diferente foi dado aos corruptos presos pelas recentes operações da Polícia Federal.

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