A maioria das mortes por Covid-19 são de pessoas negras, mesmo em Estados em que a população branca é majoritária
PSTU-ABC

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O racismo e a desigualdade social matam proporcionalmente mais negros e negras, por coronavírus, na maior potência econômica e imperialista do sistema capitalista mundial. Governado pelo ultradireita  Donald Trump, as mortes são expressão da barbárie real do capitalismo.

Dados oficiais divulgados hoje,  15/04, confirmam que mais de 640 mil pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus. 28 mil é o número de mortes confirmadas. Somente em Nova Iorque são 202.208 casos confirmados, com 10.834 mortes.

Desigualdade social e racial

A população negra nos Estados Unidos tem altas taxas de obesidade, diabetes, hipertensão e asma, que são fatores de risco para complicações em caso da Covid-19. Além disso, muitos americanos negros não têm plano de saúde. Levantamentos do governo apontam que 28 milhões de americanos não tem plano de saúde. Não há serviço público de saúde nos EUA. É tudo privado e pago por cada indivíduo.

Por isso, é altíssima a taxa de negros mortos pela Covid-19, mesmo em Estados em que a proporção de habitantes negros é pequena. Veja a proporção de habitantes negros em alguns estados e taxa de morte de pessoas negras mortas pelo coronavírus:

  • Em Chicago 30% dos moradores são negros. Mas 70% dos mortos são negros;
  • No Estado de Illinois apenas 15% da população é negra, mas 40% das mortes são de pacientes negros;
  • Em Michigan, 14% da população é negra, mas 40% das mortes são de pacientes negros;
  • No estado de Wisconsin em Milwaukee, onde 26% da população é negra, do total de mortos, 81% são negros;
  • No Estado da Louisiana, 32% da população é negra. Mais de 70% das mortes são de negros;
  • Na capital Washington, 60% das mortes foram de negros, apesar dos negros serem 46% dos habitantes.

Esse é um quadro resumido do que ocorre nos dias de hoje com a população negra nos EUA. Mas, infelizmente as perspectivas em outros países e continentes dos efeitos do novo coronavírus aos negros e negras, principalmente ao número de mortos, não é nada otimista. No continente africano, no Haiti, entre os imigrantes em geral, particularmente entre os “ilegais”, esse volume tende a aumentar drasticamente, inclusive na América Latina e no Brasil.

O genocídio racial como resultado final

Isso respalda nossa afirmação de que em momentos de crise estrutural do capitalismo, somada à pandemia global, os patrões e os governos avançam no massacre e genocídio da força de trabalho excedente ao redor do mundo. E, particularmente, entre a população negra, se efetiva ainda mais o seu genocídio estrutural.

Para os capitalistas, os estados e países que governam, esses momentos oferecem a oportunidade de fazer o trabalho sujo e sem maiores suspeitas de eliminar uma parte “indesejável” e “desprezível” de parte dos mais pobres, dos marginalizados, dos que “oneram” os custos sociais dos estados e afetam a taxa de lucro dos capitalistas em geral. E nisso é implacável ao mirar no futuro de nosso povo, nossa classe, nossa raça.

Superar a barbárie capitalista é urgente

É por isso que lutamos incansavelmente por outra sociedade, sem exploração, opressão e barbárie. Onde negros e não negros de nossa classe possam construir em igualdades de condições, sem o acúmulo dos lucros nas mãos de poucos e sem um estado racista e seletivo, uma sociedade onde democraticamente os trabalhadores e a juventude possam decidir pelo seu futuro e a vida da humanidade. Essa é a necessidade urgente de construção de um processo revolucionário e socialista em contraposição para derrotar o capitalismo e sua barbárie imposta à humanidade em geral.