Defendemos a guerrilha contra as agressões do imperialismo, mesmo não concordando com seus métodos e sua estratégia reformistaOs ataques desferidos por Uribe e pelo imperialismo contra as Farc devem ser repudiados por todos os lutadores do continente, assim como o compromisso dos governos em reprimir a guerrilha, estipulada pela declaração que pôs fim a crise.

Somos solidários com as Farc pela morte de um de seus dirigentes. Defendemos as guerrilhas contra as agressões do imperialismo e dos estados burgueses, assim como apoiamos que sejam reconhecidas como força beligerante. Mas o mesmo tempo, manifestamos nosso desacordo com a estratégia e com os métodos das Farc.

Em sua “Plataforma para um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional”, as Farc defendem um governo de unidade nacional com todos os setores da burguesia e do movimento de massas. Isso significaria no Brasil, por exemplo, um governo com o PT, PSDB, DEM, PP, PMDB, etc. Defendem também em seu programa econômico que “a ênfase na política econômica será a ampliação no mercado interno, a auto-suficiência alimentícia e o estímulo permanente à produção, a pequena, média e grande indústria privada”. Ou seja, a organização guerrilheira defende uma reforma do Estado, a democracia burguesa, a manutenção do capitalismo, e não uma revolução socialista.

Por outro lado, a guerrilha possui métodos de ação política completamente alheios aos métodos do movimento operário. Busca substituir a mobilização de massas dos trabalhadores pela luta militar de aparatos: um exército guerrilheiro contra o exército burguês. Dessa forma, renuncia ao combate pelo avanço da luta, organização e consciência dos trabalhadores.

Discordamos também do método de levar a cabo ações militares e seqüestros de forma totalmente separada e por fora do movimento de massas, o que leva freqüentemente a choques com o sentimento dos trabalhadores e dos setores populares, o que beneficia a própria retórica direitista de Uribe. Tudo isso se resume em um programa e uma estratégia reformistas, acompanhados de uma tática guerrilheira, ou seja, um reformismo armado.

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