Bush e Kerry não têm diferenças estratégicasEntão, por que há setores imperialistas que preferem Kerry, se são tão parecidos? Por que impulsionar uma mudança presidencial? A resposta tem a ver com os gravíssimos problemas enfrentado no Iraque e aqueles gerados pela forma com que Bush desenvolveu sua política internacional.

A discussão então é como fazer frente ao ascenso e à resistência contra as agressões imperialistas. Bush e Kerry não têm diferenças estratégicas, mas expressariam diferentes táticas para enfrentar a nova realidade. Em torno delas se divide e polariza a burguesia imperialista norte-americana. O famoso financista George Soros e o influente jornal The New York Times criticam Bush por sua política “unilateral” e “suicida”. Vêem-no como alguém “que arrisca tudo” e poderia levá-los ao abismo de um “novo Vietnã”. Kerry, pelo contrário, expressaria uma tática mais cautelosa e defensiva, que buscaria alternativas mais negociadas com a ONU e as potências imperialistas européias.

Outro aspecto importante é que parcelas da burguesia americana temem que Bush esteja muito desgastado interna e externamente para defender com eficácia seus interesses econômicos e políticos. Preferem uma figura nova, mais prestigiada, para resolver os difíceis problemas pendentes, especialmente no Iraque. Como diria o próprio Kerry: “eu posso fazer melhor”. Esse setor imperialista quer um novo Clinton, alguém mais popular e prestigiado e, ao mesmo tempo, mais flexível.
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