eorge Bush filho está tratando de reunir uma base mínima de apoio interno e externo para poder lançar seu ataque contra o Iraque, o mais rapidamente possível. Esta pressa se deve ao fato de que o apoio de Bush entre a população norte-americana vem em franca decadência: em outubro do ano passado 89% dos norte-americanos aprovavam sua gestão, entretanto em agosto esse índice havia caído para 65%. Porém, em alguns estados, como Illinois – onde se encontra a cidade de Chicago – não ultrapassa os 43%.
Também está caindo marcadamente o apoio a uma possível ação militar contra o Iraque. Segundo uma pesquisa realizada pela rede de tv ABC, em outubro do ano passado, 78% da população se mostrava a favor, mas atualmente este apoio é de apenas 56%. Destes, somente 39% mantêm seu apoio se os aliados europeus dos Estados Unidos não aprovarem o ataque.
A origem da decadência da popularidade de Bush – e, em última instância, também do apoio ao ataque contra o Iraque – encontra-se, basicamente, na situação interna dos Estados Unidos. Em primeiro lugar, os escândalos produzidos pelas fraudes contábeis realizadas por grandes empresas como a Enron e a WordCom. Em segundo lugar, teve início uma recessão econômica e começa a aumentar o desemprego.
Tom Lewis, da International Socialist Organization, nos informa: ”Os recentes escândalos das grandes empresas mudaram significativamente o clima político aqui. Ressurge o processo de polarização de classes. E, ainda que o número de greves e manifestações seja baixo, 50% dos trabalhadores não sindicalizados agora dizem que querem filiar-se aos sindicatos.” De acordo com a tradição dos Estados Unidos, esta intenção de sindicalizar-se é o prenúncio de uma futura onda de lutas operárias.
Bush se apressa, então, porque, além do risco de ter que enfrentar simultaneamente estas lutas, quanto mais demore, menor será o apoio ao ataque e maior a oposição dentro do país. Como resultado disto, deverá também enfrentar um movimento contra a guerra já em marcha.
De fato, este movimento já começou. Várias organizações antiarmamentistas e de defesa dos direitos civis propõem realizar juntas uma mobilização internacional em oposição a uma nova guerra contra o povo iraquiano no dia 26 de outubro. A coalizão ANSWE (sigla em inglês de Atuar Agora para barrar a Guerra e o Racismo) fez um chamado aos ativistas dos campi universitários e das principais cidades dos Estados Unidos e de todo o mundo para que neste dia realizem piquetes, concentrações e outras atividades. O chamado, intitulado Impedir a próxima guerra contra o Iraque antes que comece, declara:
“O povo dos Estados Unidos e todos os povos do mundo têm a obrigação de deter a demente campanha da Administração Bush destinada a empreender uma nova e total agressão militar contra o Iraque. A Administração Bush não tem direito de empreender a guerra contra o país que não representa ameaça alguma para os Estados Unidos. Fazendo pouco caso do direito internacional, Bush, Cheney, Rumsfeld, Wolfowitz e todos os demais membros da Administração estão planejando enviar milhares de jovens soldados norte-americanos para morrer e matar em guerra que é por petróleo“.

“Dinheiro para emprego, moradia, saúde e educação, não para a guerra!“
“Defesa dos direitos civis!“
“Diga não ao racismo e aos preconceitos raciais!“

Em outras palavras, más notícias para Bush.
Post author Alexandro Iturbe,
de Buenos Aires
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