Aumento dos salários e aposentadorias! Diminuição e congelamento dos preços da comida!
Até agora, o povo vinha sendo enganado pelas declarações do governo de que o país não seria afetado pela crise. Mas o aumento dos preços dos alimentos está batendo forte no bolso. O arroz com feijão, comida básica dos brasileiros, está cada vez mais caro.

A radicalização está crescendo. Não é por acaso que vemos uma greve como a da construção civil de Fortaleza, onde os trabalhadores ganham R$ 400. É possível que isso ocorra com outras categorias em todo o país.

A primeira resposta para enfrentar a crise é o aumento dos salários e aposentadorias! Junto com isso, temos que exigir do governo a diminuição e o congelamento dos preços da comida!

Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários e direitos
Existe uma revolta cada vez maior com o ritmo de trabalho imposto pelos patrões. A burguesia exige horas extras que muitas vezes não são pagas, através do banco de horas. Estão impondo metas duríssimas para aumentar a produção sem contratar novos trabalhadores, com ameaça de demissão. Diminuem o tempo de almoço, de ir ao banheiro, das folgas. O assédio sobre as trabalhadoras é um instrumento auxiliar nessa superexploração.

As conseqüências são terríveis: o Brasil registrou 491.711 acidentes de trabalho em 2005, contra 465.700 em 2004. Segundo o próprio Ministério da Saúde, o número pode ser três vezes maior.

Além disso, estão se generalizando as chamadas Lesões por Esforços Repetitivos, doenças que afetam grande parte dos trabalhadores, como tendinites, bursites e outras manifestações, que podem levar à incapacidade.

É fundamental exigir que o governo Lula reduza a jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salários e direitos. Isso daria melhores condições de trabalho para os que já estão empregados e obrigaria as empresas a contratar mais trabalhadores.
Além disso, a redução da jornada será ainda mais importante quando vier a recessão, para garantir o emprego.

Que Lula retire imediatamente as tropas do Haiti!
A situação interna do Haiti se modificou com a revolta dos famintos em abril. A população se rebelou contra o aumento do preço do arroz e foi reprimida duramente pela Minustah (comandada pelas tropas brasileiras). Existem seis mortos comprovados e Batay Ouvriyé denuncia que são muitos mais. A mancha de sangue dos haitianos mortos não sairá jamais da história de Lula e do PT.

Queremos que o governo retire imediatamente as tropas brasileiras do Haiti. Chamamos todos os sindicatos, entidades estudantis e populares, assim como todos os partidos que se dizem de esquerda, a também se pronunciar pela retirada.

Reforma agrária com aexpropriação do agronegócio para produzir alimentos!
O aumento dos preços dos alimentos é mais uma demonstração de que o controle das grandes empresas do agronegócio sobre o campo brasileiro significa um retrocesso para os trabalhadores. Os enormes lucros das grandes empresas têm como conseqüência a expulsão dos camponeses de suas terras e o aumento dos preços dos alimentos.

É preciso exigir do governo a expropriação das empresas do agronegócio para a produção dos alimentos necessários para o povo. A reforma agrária tem que ser parte desse plano, com a distribuição das terras para os trabalhadores que nela quiserem produzir, e também a formação de grandes empresas estatais no campo. Chamamos o MST a romper com o governo para lutar mais fortemente pela reforma agrária.

Não pagar a dívida para investir em saúde e educação
A epidemia da dengue no Rio de Janeiro é mais uma expressão da crise da saúde pública, devido ao corte de verbas e avanço da privatização. Isso está associado ao pagamento da dívida interna e externa, que consumiu R$ 237 bilhões em 2007. A saúde ficou com apenas R$ 40 bilhões. Os governos estadual e municipal aplicam a mesma lógica: o governador do estado, Sérgio Cabral (PMDB), reduziu em 48,6% os gastos com a prevenção e combate à dengue para este ano.

É preciso exigir do governo o não pagamento das dívidas interna e externa, para poder investir em saúde e educação do povo brasileiro.

Contra o fator previdenciário
O Senado aprovou a abolição do fator previdenciário, que foi imposto pelo governo FHC. O PT e Lula, quando estavam na oposição, denunciavam essa medida, porque ela reduz o salário em 40% de quem se aposenta antes de determinada idade.

Agora, o governo e o PT estão querendo revogar a decisão do Senado, votando novamente na Câmara de Deputados o fator previdenciário. Isso atinge não só os aposentados, mas também os que pensam em se aposentar nos próximos anos.
Exigimos que o governo acabe com o fator previdenciário e que a CUT e a Força Sindical se mobilizem por isto.

Por um governo socialista dos trabalhadores
A maioria dos trabalhadores ainda acredita no governo. Lula ainda capitaliza a combinação entre o peso de sua figura, o crescimento econômico e o apoio da CUT, da UNE e do MST. Esse apoio, porém, é diferente do que acontecia no primeiro mandato. As expectativas de mudanças são menores, mas ainda se acredita que as pequenas conquistas do crescimento econômico são porque Lula “veio do povo”.

É nossa obrigação dizer que o governo serve, na verdade, aos interesses da grande burguesia. Defendemos um governo socialista dos trabalhadores, que garanta salário, trabalho e terra.

Um governo que rompa com o imperialismo, exproprie as multinacionais e os bancos, para evitar as brutais conseqüências sociais da crise econômica que se avizinha. Um governo que deixe de pagar as dívidas interna e externa para investir em saúde e educação. Um governo que promova a reforma agrária, expropriando as grandes empresas do agronegócio e produzindo, em primeiro lugar, os alimentos que o povo necessita.

NOSSAS BANDEIRAS

  • Aumento geral de salários e aposentadorias!
  • Exigimos de Lula a diminuição e o congelamento dos preços dos alimentos!
  • Redução da jornada sem redução dos salários e direitos, sem banco de horas!
  • Todo apoio à luta dos metalúrgicos da GM!
  • Pelo fim do fator previdenciário!
  • Abaixo o Reuni!
  • Pela reforma agrária, com expropriação das empresas do agronegócio!
  • Não pagamento das dívidas interna e externa!
  • Em defesa dos servidores e do serviço público! Mais verbas para a saúde!
  • Contra as reformas da previdência e trabalhista!
  • Exigimos que Lula retire as tropas brasileiras do Haiti!
  • Por um governo socialista dos trabalhadores, que rompa com o imperialismo, evitando as conseqüências da crise que se aproxima, e assegure salário, trabalho e terra!
  • Para encaminhar essas lutas, todos ao congresso da Conlutas!

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