Entre os dias 14 e 16 foi realizado o segundo turno das eleições dos metalúrgicos de Pindamonhangaba e região, interior de São Paulo. Concorreram três chapas. A chapa 1, da CUT, a chapa 2, um racha da CUT e a chapa 3, da Conlutas. O número de sócios com direito a voto é de 4.249. Votaram mais de 3.100 sócios nas 10 urnas distribuídas. A categoria soma 10 mil trabalhadores.
No primeiro turno, a chapa 2 de oposição ganhou a eleição com 45,9% dos votos contra 31% da chapa 1 e 22,% da chapa 3. Mas ao não atingir 51% dos votos válidos, pelo estatuto a eleição foi para o segundo turno.
A comissão eleitoral fez de tudo para reverter a votação do primeiro turno. Trocou o presidente da comissão eleitoral e adiou a data do segundo turno. Não aceitou o novo coordenador da chapa 3, que foi obrigada a recorrer à Justiça, e contratou bate-paus.
Apuração e fraude
A apuração foi marcada por um forte aparato policial. Em determinado momento, a chapa 2 obtinha 1207 votos ou 48,57%, contra 879 votos da chapa 1, ou 35,37%. A chapa 3, da Conlutas estava com 373 ou 15,01% . Os números não deixam dúvidas de que a chapa 2 havia ganhado a eleição. Mas não levou porque impugnaram uma das urnas com quase 600 votos, quase todos da chapa 2.
A fraude ocorreu quando a presidente da mesa pertencente à chapa 1 (CUT) na empresa Villares, fábrica aliás aonde trabalhou Lula, foi ao banheiro e disfarçadamente jogou água na urna sem que a mesária da chapa 2 percebesse. Agora vai haver um terceiro turno e sabe-se lá o que vai ocorrer, já que a chapa da CUT não aceita a derrota.
Para os militantes do PSTU, a chapa 2 é a ganhadora da eleição. Não vamos pactuar com a fraude feita pela CUT. A chapa 3 foi formada pela CTB (central do PCdoB) no primeiro turno. Os trabalhadores, porém, se sentiram traídos e destituíram seu coordenador, chamando a Conlutas para dar prosseguimento no segundo turno.
Post author Emmanuel Oliveira, de São Paulo (SP)
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