Governador se entregou após a decretação de sua prisão preventivaAtivistas se encaminham neste momento ao Supremo Tribunal Federal (STF) para uma vigília em comemoração à prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Os manifestantes vão pressionar ainda a corte para que não conceda “habeas corpus” ao governador.

O Superior Tribunal de Justiça aprovou na tarde desse dia 11 de fevereiro o pedido de prisão preventiva e afastamento do governador do Distrito Federal. O pedido partiu da subprocuradoria Geral da República e foi aceito pelo relator do inquérito que investiga os casos de corrupção no DF, o ministro Fernando Gonçalves. Posteriormente, o pedido de prisão foi referendado por todo o STJ, por 12 votos a 2.

Além de Arruda, o pedido de prisão atinge mais cinco pessoas, acusadas pela tentativa de suborno de uma das testemunhas do “mensalão do DEM”, o jornalista Edmilson sombra. Segundo o voto lido por Gonçalves, a favor da prisão de Arruda, “é inconteste que a presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem pública da cidade. A única forma de se fazer cessar é decreto de prisão preventiva”.

O relator fundamenta o pedido de prisão afirmando que Arruda é um “dos principais membros da organização criminosa, tem grande poder de fuga“. Ainda segundo o ministro, “o grupo criminosos está apagando os vestígios de sua atuação criminosa”. Para ele, Arruda e seus comparsas atuam “no controle dos deputados da Câmara Legislativa” e “continua valendo do poder econômico e político para atrapalhar as investigações e garantir a impunidade”.

Confirmado o pedido de prisão, Arruda se apresentou na superintendência da Polícia Federal em Brasília. Seus advogados já se mexiam para garantir sua soltura através do hábeas corpus. A Procuradoria Geral da República, por sua vez, afirmou que irá pedir intervenção federal no DF.

Lula está “preocupado”; governo Federal quer intervenção
Tão logo foi informado sobre a prisão de Arruda, Lula demonstrou preocupação, se disse “triste” e determinou ao novo ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto, que o governador não seja exposto a “constrangimentos”. Lula teria dito que a prisão “não é bom para o Brasil e para a política”

Já o dirigente do PSTU, Rodrigo Dantas, avalia a prisão como uma vitória do movimento pelo “Fora Arruda”, cujas mobilizações agitam a Capital Federal desde a divulgação dos escândalos de corrupção. “Temos que ficar atentos, porém, à intervenção do Governo Federal, pois eles vão tentar um novo rearranjo da burguesia aqui, através de um acordo entre PT e do PMDB”, avalia.

A intervenção federal funcionaria, assim, como uma forma de impedir que o movimento e as investigações avancem, prevenindo, por exemplo, que o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), aliado do governo Lula, seja atingido, e consolidando um novo governo baseado na aliança PT e PMDB.

“Essa é uma vitória, mas não podemos confiar nem no STF nem na Polícia Federal. Temos que manter a ampliar a mobilização para garantir que tudo não termine num acordão“, afirma.