LIT-QI

Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional

Violência é a reforma da Previdência e o ajuste de Macri. Repudiamos a brutal repressão do governo

PSTU-Argentina

O governo está demonstrando novamente até onde está disposto a chegar para aprovar o seu plano de ajuste. Milhares de trabalhadores, aposentados e estudantes, sindicatos e centrais como UOM, CTA, ATE, CTERA, organizações políticas, sociais e de direitos humanos, voltaram a se reunir em frente ao Congresso para dizer que não estamos dispostos a deixar que roubem os aposentados, da mesma forma que havíamos feito na quinta-feira passada quando, depois de resistir a horas de repressão, conseguimos que a sessão que ia votar a reforma da Previdência fosse suspensa. Não conseguiram nos deter pelo medo que tentaram instalar, e também não nos deteve a ausência da direção da CGT, que mais uma vez deixou os sindicatos sozinhos dando a cara nas ruas.

Longe de atenuar as medidas repressivas, diante da derrota sofrida no outro dia, o governo Macri fez o contrário, utilizando gás lacrimogêneo e balas de borracha não para “dispersar”, mas para ferir. Por isso, há muitos companheiros e companheiras feridos, alguns gravemente, como um companheiro ferido com bala de chumbo e que esteve a ponto de morrer por hemorragia, e outro que perdeu um olho.

Não satisfeitos, continuaram reprimindo quando já nos retirávamos por não aguentarmos mais tanto gás lacrimogêneo, e desataram uma caçada brutal, prendendo mais de 50 pessoas.

Os mesmos que atacaram a manifestação, na qual havia também muitos companheiros e companheiras idosos que defendiam seu direito a uma velhice digna depois de anos de trabalho, agora fazem uma campanha falando dos “violentos” que estavam na marcha, e acusam particularmente o PSTU e um companheiro que aparece lançando um fogo de artifício, de venda livre e que se leva a todas as mobilizações, para desmoralizar a enorme mobilização que houve e esconder os mais de 50 detidos e a brutalidade da repressão policial, que não distinguiu sexo nem idade e atacou brutalmente e de forma prolongada a manifestação, como se vê inclusive num vídeo no qual uma moto policial atropela um companheiro que permanece em estado grave.

Quem são os violentos? Os que reprimem uma e outra vez para calar os protestos, ou os trabalhadores fazendo uso do que têm à mão para se defender da violenta repressão que, inclusive, nos impedia de sair da Praça do Congresso?

É de conhecimento público que Sebastián Romero foi candidato a deputado pela FIT, além de ser um reconhecido lutador operário e popular, que esteve à frente das lutas como pelo direito à moradia junto a seus vizinhos, e defendendo os postos de trabalho junto a seus companheiros da General Motors quando a multinacional ianque avançou com 350 suspensões e demissões, além de ser solidário com outras lutas da classe trabalhadora.

Essa campanha midiática e o pedido de prisão que a Justiça fez hoje, terça-feira, não é só um ataque contra o PSTU e Sebastián. Vai contra todas essas bandeiras que sempre defendemos em unidade com outras organizações e setores e que o governo quer subjugar.

No mesmo sentido vai a “caça às bruxas” que o governo e os meios de comunicação querem desencadear contra Sebastián e o PSTU e contra qualquer um que se mobilize por seus direitos. Responsabilizamos o governo e as forças de segurança por qualquer coisa que possa acontecer produto dessa campanha que, em alguns casos, provém de obscuros personagens que reivindicam a ditadura militar.

Por isso, chamamos as organizações políticas, sociais, de direitos humanos, antirrepressivas, legisladores, sindicatos, centrais operárias etc., a repudiar a ordem de prisão e a campanha midiática, e a cercar de solidariedade e colocar-se na defesa de Sebastián e dos companheiros que permanecem detidos. Fazer essa defesa é defender o direito de todos os trabalhadores de se manifestar e se defender da repressão.

Nos chamam de violentos, mas aqui houve milhares de famílias que perderam seu trabalho, suas casas, e seus filhos tiveram que perder seus estudos. Essa violência implementada pelo plano econômico do governo que ataca a vida dos trabalhadores e que aprofundará a pobreza, a fome e a precarização com essas reformas.

O povo se cansou, saiu às ruas para se manifestar e só recebe fome, balas de borracha e gases.

O PSTU denuncia a brutal repressão do governo, exige a imediata liberdade dos detidos e denuncia a campanha orquestrada por aqueles que, dia a dia, geram a violência social da fome, da miséria e do desemprego.

Ao mesmo tempo, chamamos a seguir nas ruas contra as reformas e todo o plano do governo, que é quem exerce a violência diariamente contra os trabalhadores, os aposentados e suas famílias. Temos que preparar a luta para derrotar a reforma da Previdência, para que a Trabalhista não seja aprovada, para derrubar Bullrich já e derrotar o plano de ajuste do governo.

Tradução: Diego Cruz