LIT-QI

Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional

PSTU-Argentina

Neste dia 14 os trabalhadores voltaram a fazer história, porque saímos às ruas, enfrentamos a Guarda Nacional e a polícia e barrarmos, por enquanto, a reforma da Previdência do governo.

Entre gases e balas de borracha, saímos para defender os idosos e o nosso futuro. Metalúrgicos, motoristas, professores, funcionários públicos, partidos de esquerda e organizações peronistas se uniram na ação para deter o ataque do governo de Macri.

Fora todos e que não fique nenhum!“, escutava-se na praça do Congresso em meio aos enfrentamentos.

Hoje ficou claro que os trabalhadores e o povo não estão dispostos a deixar que passem por cima de nós. Que não vamos aceitar os ataques aos nossos idosos nem ao nosso futuro e nosso trabalho, e que estamos alertas para enfrentar os ataques do governo.

Marcos Peña justificou a repressão dizendo que “estão abertos a qualquer tipo de iniciativa”. Há rumores de que querem aprovar a reforma por decreto. Temos que responder que não vamos negociar nada. Porque não pode sair nada de bom deste governo antioperário, que reprime trabalhadores e aposentados, para que as multinacionais e os abutres do sistema financeiro encham os bolsos.

Macri não vai mudar a política, por isso é necessário tirá-lo como tiramos De la Rúa em 2001. E para isso não podemos esperar até 2019, como diz Cristina Kirchner e a maioria dos dirigentes peronistas. Nem podemos confiar nas negociações do Congresso. Hoje ganhamos porque saímos às ruas, não apenas porque os deputados brigaram no recinto ou porque Carrió hasteou a bandeira branca.

Hoje provamos nossa força, apesar de a CGT não participar e somente com a presença de alguns setores, como as regionais da UOM, que estiveram à frente, além de setores da Corriente Federal.

Moyano estava festejando que o Independiente ganhou no futebol, mas nem pisou na praça do Congresso.

Hoje ficou claro que se as direções sindicais quisessem, poderíamos derrotar as reformas definitivamente e encostar o governo Macri na parede. Por isso, é uma vergonha que tenham cancelado a greve, assim como o fato de a terem convocado somente se a reforma fosse aprovada, mas não para evitar que aconteça. Hoje golpeamos o governo e tínhamos que continuar até derrotá-lo definitivamente. Mas de novo a CGT lhe dá uma trégua, deixando claro que não estão à altura das necessidades dos trabalhadores e do povo. Dizem que temos que esperar enquanto Macri iniciava uma verdadeira caça, agredindo jornalistas, deputados e lançando a Guarda Nacional e a Polícia Federal para prender arbitrariamente quem estivesse nas imediações do Congresso. Não podemos permitir isso, devemos continuar mobilizados até barrar a repressão e libertar todos os detidos.

Hoje, mais do que nunca, devemos tomar a luta em nossas mãos e confiar nas nossas forças. Os trabalhadores têm que fazer assembleias em todos os lugares para nos organizarmos. Devemos construir uma nova direção a partir das bases, de cada local de trabalho, para que os melhores companheiros nos dirijam, dispostos a lutar até o final.

Temos que exigir de nossos delegados e dirigentes sindicais que convoquem imediatamente um encontro nacional de trabalhadores para discutir um plano de luta para seguir lutando.

Hoje ganhamos um round, mas a luta continua. Hoje fizemos o governo retroceder, mas ele tentará novamente aprovar as reformas. Estamos em meio a uma grande luta, e demonstramos que podemos ganhá-la. Continuemos nas ruas, unidos na luta, com os dirigentes à cabeça ou com a cabeça dos dirigentes.

Não à reforma da previdência e trabalhista de Macri!

GREVE GERAL e PLANO DE LUTA JÁ!

Assembleias em todos os lugares para impor a Greve Geral!

Abaixo a burocracia da CGT!

Basta de repressão! Fora Bullrich! Liberdade para os presos!

Por outro argentinaço para colocar para fora Macri e seus cúmplices!

Tradução: Lilian Enck