A pesquisa CNT/Sensus divulgada em 20 de abril apontou uma queda de seis pontos percentuais na avaliação da população sobre o presidente Lula. Em fevereiro, a aprovação de Lula era de 66,1% e, em abril, esse índice foi para 60,1%. A desaprovação subiu de 26,5% para 29%. Foram ouvidas duas mil pessoas de 195 municípios, em 24 estados. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos.

A princípio, essa diferença de seis pontos pode parecer pequena, mas se levarmos em conta que o intervalo de tempo é de apenas dois meses, esse número é bastante expressivo. Outro fator importante é a comparação com a pesquisa realizada pelo mesmo instituto logo no início do governo Lula, que indicava 83,6% de aprovação.

FISIOLOGISMO
Outro número revelado pela pesquisa foi que 59% dos entrevistados acham que os parlamentares negociam apoio ao governo em troca de benefícios pessoais. A pesquisa também avaliou a popularidade do governo de conjunto, além da imagem do presidente. A aprovação do governo também teve queda nesses dois meses, de 42,6% para 41,9%.

Nos diversos pontos avaliados pelos entrevistados, como educação, saúde, violência e renda familiar, a avaliação da população demonstra que, nesses dois anos de governo petista, a vida piorou e muito. Um exemplo é que, se em fevereiro 35,4% dos entrevistados achavam que a saúde piorou no último período, em abril esse número sobe para 44,9%.

Desde a vida dos trabalhadores que piora, o aumento do desemprego e a queda da renda até as últimas denúncias de corrupção que atingiram o governo no último período, tudo influi nessa queda de popularidade. Aos poucos, a população vai deixando de se enganar e percebe de que lado está o governo Lula. Mesmo o alto investimento em publicidade e propaganda – em 2004 chegou a R$ 1,05 bilhão – não é suficiente para deter a queda de popularidade.