Após plebiscito para reduzir salários e demitir, o grupo Iochpe Maxion, em Cruzeiro (SP), mandou embora quase 500 trabalhadores. O plebiscito foi realizado na Amisted Maxion, fabricante de componentes ferroviários que faz parte do grupo Iochpe Maxion.

A consulta foi controlada pela empresa e teve o apoio do sindicato, filiado à Força Sindical. Os trabalhadores tinham de escolher se queriam redução de 16% nos salários mais a demissão de 300 trabalhadores ou a demissão de 600 trabalhadores sem redução salarial. No dia seguinte ao plebiscito, a empresa demitiu os 300 trabalhadores.

No dia do plebiscito, a empresa colocou no quadro de avisos um comunicado pedindo aos trabalhadores para não dar ouvidos ao material distribuído na portaria da fábrica pela oposição. O sindicato foi à rádio da cidade para falar que aqueles que distribuíram um panfleto na empresa e estavam contra a redução salarial eram arruaceiros e não eram da cidade.

Demissões acontecem em todo o grupo
Passada uma semana do plebiscito, a Maxion Automotive também demitiu. Foram para a rua mais 170 trabalhadores do grupo Iochpe Maxion, e o sindicato, novamente, nada fez.

Já são quase 1.500 demissões nos últimos meses só de trabalhadores efetivos. Há, ainda, demissões entre os terceirizados. Somando as dispensas entre os empregados diretos e os terceirizados, chega-se a quase 3 mil desempregados na maior geradora de empregos da cidade.

Novamente fica, provado que redução de salários não garante emprego. Só serve para diminuir direitos e benefícios. Este é o papel nefasto da Força Sindical: defende os interesses dos patrões enquanto os trabalhadores ficam sem seu sustento, o emprego. Os que ficam na empresa, veem seus salários reduzidos. Assim, as empresas fazem poupança para a nova leva de demissões.