Em defesa de direitos e reajuste, esposas e familiares ocupam 34 quartéis de Santa Catarina. Bope se negou a reprimir movimento que começou em dezembroO Movimento de Esposas e Familiares dos Praças, com o apoio de soldados, cabos, sargentos e suboficiais da Polícia Militar, ocupou 34 quartéis entre os dias 22 e 27 de dezembro no estado de Santa Catarina. O protesto foi contra a situação dos policiais, que não têm reajuste salarial há três anos. Além disso, há cinco anos eles conquistaram a Lei 254 para diminuir as desigualdades dentro da PM e melhorar as condições de trabalho, mas esta vem sendo descumprida.

Mais de 4 mil pessoas participaram das mobilizações, com o apoio de mais de 80% da categoria. Metade do estado ficou sem segurança pública.

A resposta do governo veio em seguida. Em plena noite de Natal, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) foi acionado. Felizmente, os soldados se negaram a reprimir.

Diante da atitude do Bope, o governador Luís Henrique (PMDB) pediu a presença da Força Nacional. Antes, porém, o movimento decidiu suspender as ocupações para iniciar uma fase de articulação e vigília, acumulando forças.

Repressão e censura
Já o governo se recusa a negociar e pediu na Justiça a extinção da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc). A Justiça aplicou multa de R$ 90 mil caso os protestos continuassem. O site da associação foi retirado do ar por 90 dias. A imprensa divulgou que serão abertos 13 Inquéritos Policiais Militares (IPMs) que poderão levar à prisão de muitos companheiros por até vinte anos. Quatro já foram indiciados.

O movimento está realizando vigílias e se organizando para outras táticas. Quatro acampamentos, chamados de “quartéis da liberdade”, foram montados por tempo indeterminado em diferentes regiões. Outros estão sendo organizados para funcionar de forma itinerante e visitarem todo o estado. Um novo site já está funcionando em www.aprascnalutadenovo.com.br.

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