Neste ano, a CSP-Conlutas promoveu um ato nacional de 1º de Maio, independente e internacionalista, reunindo grande parte das delegações de todo o país que participaram de seu congresso. A concentração ocorreu no vão livre do Masp, às 10h. Depois de um breve ato, os manifestantes marcharam pela Avenida Paulista e desceram a Avenida Consolação até a Praça Roosevelt, onde finalizaram o evento.

A passeata reuniu aproximadamente 2.500 pessoas, com muita animação. O protesto alcançou ainda repercussão na imprensa, como um contraponto às festas e shows organizados pelas centrais governistas. Faixas de delegações, como a dos operários da construção civil de Fortaleza, dividiam espaço com as bandeiras da central, da ANEL, dos movimentos sociais e de partidos e organizações da esquerda socialista.
Ainda no ato, José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, lembrou da crise da economia mundial. Mas também lembrou que “as lutas e revoluções no Norte da África e a resistência dos trabalhadores europeus também não tem precedentes”. Lembrou ainda que no Brasil, embora os efeitos da crise ainda não sejam evidentes, a situação social é de extrema desigualdade. “Temos que ver além da propaganda. É justiça social o que aconteceu no Pinheirinho? É justiça social as condições de trabalho dos operários das obras do PAC e Belo Monte? O que vemos é uma maior degradação das condições de vida, enquanto aumentam os lucros das grandes empresas e dos bancos”, denunciou.

Sem dúvida, um dos destaques ficou com a presença de várias delegações estrangeiras no protesto. Estiveram presentes delegações do Egito, França, Chile, Costa Rica, Inglaterra, Haiti, Paraguai, Espanha, África do Sul, Senegal, Argentina, Benin, Peru, México, Uruguai, Canadá e Alemanha.

O representante do Union Solidaires, Christian Mahjeux, da França, destacou a importância da unidade internacional. “É preciso mobilizar com unidade internacionalmente a classe trabalhadora. É dessa unidade que precisamos”, disse. O Solidaires é umas das organizações que convocou a Reunião Internacional, nos dias 2 e 3 de maio em São Paulo.

O ato foi encerrado pela fala da sindicalista Fatma Ramadan, do Egito, que saudou os trabalhadores do Brasil e ressaltou o perfil classista e internacionalista da central. A egípcia é presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Giza, e membro do comitê de direção da Federação dos sindicatos independentes do Egito. “No Egito também sofremos com as demissões em massa e as terceirizações que retiram direitos. O capitalismo quer que paguemos a conta da crise. A revolução no Egito deve se espalhar pelo mundo para combater esses ataques”, disse.
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