Militante do PSTU, Daniel Furtado foi um dos líderes do movimento e está sendo perseguido pelo prefeito, do PTDurante 66 dias, os servidores municipais da saúde e da educação de Juazeiro do Norte (CE) estiveram em greve, lutando por seus direitos. Na pauta estava o cumprimento da Lei do Piso para a educação, reajuste de 30% para todos os servidores, reajuste específico para a educação de 15,85% referente ao repasse do FUNDEB para o município e a aplicação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da educação. Para a saúde a reivindicação era de melhores condições de salários, criação do PCCR da categoria e a implantação do adicional de insalubridade, já garantido pela justiça e que a prefeitura se recusa a aplicar.

Nesse período, várias foram as tentativas de negociação com o prefeito Santana (PT). No entanto a preocupação do mandatário era maior com os festejos do centenário da cidade do que com as reivindicações dos servidores. Depois de muitas passeatas, reuniões e inclusive de ocupação do prédio da prefeitura e da secretaria de educação, foram garantidas algumas reivindicações para os professores, dentre elas, reajuste de 9,44%, a aplicação da progressão do PCCR e a garantia de que não seriam descontados os dias parados nem haveria transferências imotivadas. Mas não foi isso que aconteceu.

Santana e o PT avançam na escalada do autoritarismo
Com o fim da greve, Santana deu sinal verde para o inicio de caça as bruxas aos servidores grevistas. Na linha de frente dos “processos de Moscou”, está o Professor Daniel Furtado, membro do diretório municipal do PSTU de Juazeiro do Norte. Depois da tentativa de transferir o professor de sua escola, rejeitada pela comunidade escolar, A Secretaria de Educação instaurou processo administrativo disciplinar alegando que Daniel estaria depreciando a imagem do gestor público municipal, além de incitar os alunos a participar do movimento grevista e liberava os alunos fora do horário habitual das aulas. O objetivo é claro: exonerar Daniel Furtado e intimidar os servidores municipais que decidirem se enfrentar em futuras empreitadas contra a prefeitura.

De fato o PT quer impor a lei da mordaça aos lutadores, os impedindo de denunciar os escândalos ocorridos na cidade nos últimos meses, em que Santana é suspeito de mandar agredir o jornalista Gilvan Luiz, além de ter sido cassado e reconduzido ao poder pelo governador Cid Gomes (PSB) que é seu aliado na repressão aos professores do estado em greve, sem contar a política de arrocho salarial aos servidores municipais e inclusive redução de salários impostas aos professores ano passado, revertida após uma radicalizada greve que sensibilizou a justiça e que obrigou o prefeito a devolver os descontos realizados. Parafraseando o que disse Dilma em seu discurso de posse, Santana prefere o silêncio das ditaduras ao barulho da imprensa livre.

O ataque que ora sofremos tem a ver com o fato de que nosso partido é oposição irreconciliável ao prefeito Santana e os seus aliados de plantão, sejam eles vindos da velha ou da nova direita. Nós do PSTU repudiamos a postura de Santana de tentar intimidar nosso militante, que possui moral inquestionável e é um defensor intransigente dos interesses dos trabalhadores da cidade, ao conrário dele, que passou de armas e bagagens para o outro lado da trincheira. Daniel Furtado é perseguido porque foi mais um que deu voz pública às angustias de professores do município e demais servidores que não suportam mais serem assediados nos seus locais de trabalho impunemente.

Chamamos todos os lutadores honestos a rechaçar a atitude de Santana e do PT ao perseguir as lideranças sindicais e os partidos de oposição e organizar a resistência contra mais este ataque fascista.

Moções de solidariedade a Daniel Furtado podem ser enviadas ao e-mail [email protected].

Lutar não é crime, é um direito!
Abaixo a perseguição a Daniel Furtado!
Pelo arquivamento do processo disciplinar!
Abaixo as retaliações contra grevistas!