Trabalhadores estavam em greve há 10 dias, enfrentando a dura repressão policial e a intransigência dos patrões

Os trabalhadores da construção civil de Fortaleza (CE) conquistaram 9% de reajuste salarial e decidiram pôr fim à greve que durava dez dias na categoria. O índice representa aumento real de 3,6%. Outra importante conquista foi o aumento de praticamente 38% da cesta básica, que subiu de R$ 65 para R$ 90.

A proposta foi aprovada em assembleia na Praça Portugal, na manhã desta quarta-feira (2), com a presença de cerca de 2 mil trabalhadores, feita simultaneamente à outra, realizada no Complexo de Obras do Beach Park,  com a presença de 500 operários, que também aprovaram os reajustes.

A campanha salarial dos trabalhadores da construção civil, cuja data base é em março, foi marcada por intensas mobilizações, paralisações e pela dureza da patronal que, em dado momento, rompeu a mesa de negociações. Os operários mantiveram-se unidos e decidiram deflagrar a greve no dia 23 de junho, período de Copa do Mundo no país.

A greve ganhou visibilidade e foi marcada por forte repressão do Estado, que acionou a Tropa de Choque para tentar impedir que a luta dos trabalhadores continuasse e “atrapalhasse” a maquiagem feita na cidade para receber os jogos do mundial.

Essa paralisação esteve no marco das grandes mobilizações do período “Na Copa vai ter Luta!””, destacou o membro da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, que está no Ceará e comemora com os operários essa importante vitória.  “O papel de protagonista do sindicato nesta greve é referência para as lutas gerais e para CSP-Conlutas”, concluiu o dirigente.

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