Protestos reúnem centenas de pessoas contra Sarkozy
Palikuraphoto

A eleição do candidato direitista Nicolas Sarkozy à presidência da França culminou em incidentes nas principais cidades do país. Em vários locais, houve choques entre jovens e forças de segurança.

Os primeiros confrontos ocorreram na Praça da Bastilha de Paris, logo após o anúncio da vitória do conservador. O local é emblemático, pois é onde se reúne, tradicionalmente, a esquerda para celebrar suas vitórias eleitorais.

Na Praça da Bastilha, entre cerca de trezentos jovens gritavam palavras-de-ordem contra Sarkozy. Eles jogaram paralelepípedos e outros objetos contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

Ao mesmo tempo, centenas de manifestantes, em sua maioria jovens filhos de imigrantes, se manifestavam na Praça da República. Os protestos seguiram pelas cidades de Lyon, Marselha, Bordeaux e Toulouse e Clémont-Ferrand. Enquanto as manifestações se alastravam país afora, Sarkozy descansava num iate no Mar Mediterrâneo.

Até agora, os protestos deixaram 730 veículos queimados e 592 pessoas detidas. Durante a revolta que explodiu na França em novembro de 2005, mais de mil carros foram incendiados em algumas noites.

Nicolas Sarkozy se elegeu com um discurso chauvinista, xenófobo e conservador. Durante a campanha afirmava que, depois de eleito, liquidaria as principais conquistas sociais dos trabalhadores. Nomeadamente, a eliminação da jornada de 35 horas semanais, redução e flexibilização dos direitos trabalhistas e outros direitos dos trabalhadores imigrantes, diminuição dos gastos públicos em educação e saúde, que vão afetar, sobretudo, a população dos subúrbios.

Sarkozy se lança no mesmo caminho repressivo que os EUA vêm seguindo, reprimindo os imigrantes considerados pelo atual presidente francês como “ralé”.

Entretanto, como demonstram as centenas de automóveis queimados e os protestos nas cidades francesas, uma coisa foram as eleições. Outra, é o controle sobre as ruas.

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