Saudamos os milhares de delegados que se reúnem nesse congresso para fundar uma nova organização. Muitos de vocês vieram de muito longe, com muito esforço, para participar de um acontecimento que pode ser histórico.

Não pode ser que dirigentes da CUT, da UNE e do PT defendam os interesses dos banqueiros, sejam financiados por eles… e ainda falem em nosso nome. Não pode ser que dirigentes usem a política como uma forma de enriquecer, e falem em nosso nome. Não pode ser que os que transformaram a CUT em um departamento do Ministério do Trabalho falem em nosso nome. Não pode ser que representantes de um governo como o de Lula, corrupto e neoliberal, continuem sendo dirigentes dos trabalhadores.
Por isso, a hora é agora. Apoiamos a proposta de fundar uma nova organização, a Conlutas, para defender as mesmas bandeiras de antes, hoje traídas pela CUT, UNE e PT.

No Conat não estão reunidos só alguns milhares de delegados. Esses delegados foram eleitos em assembléias, que expressaram a opinião de uma parte dos trabalhadores de suas bases. Por isso, acreditamos que vocês expressam algo de profundo neste país.

Essa parcela dos trabalhadores é ainda minoritária em relação à CUT e à Força Sindical. Isso se deve a que ainda não existe no país um grande ascenso de lutas. O governo Lula ainda consegue, com a CUT e a UNE, bloquear ou trair as grandes mobilizações dos trabalhadores e jovens. Mas isso não será possível eternamente. As ilusões terminarão por se chocar com a realidade da exploração crescente. A América Latina mostra que grandes comoções sociais estão por vir também no Brasil.

Se não existir a Conlutas, não haverá possibilidade de uma mobilização unificada a nível nacional contra o Super-Simples, tampouco a unificação das campanhas salariais, ou ainda uma boa participação do movimento sindical na luta contra o pagamento das dívidas externa e interna.
A construção da Conlutas tem, assim, uma importância imediata. Mas pode também ter um caráter maior, histórico, no caso de virem a ocorrer grandes lutas de massas neste país.

Construir uma nova entidade é uma necessidade. A abertura para a construção da unidade, com os que rompem pela esquerda com o governo, deve seguir. Mas isso não pode resultar na dúvida entre fundar e não fundar a nova entidade. Os maiores interessados em bloquear o surgimento da Conlutas são o governo, a CUT e a UNE. E acreditamos que eles sairão derrotados deste congresso.
Está surgindo uma nova direção para as lutas dos trabalhadores.

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