Sindicato nacional dos professores universitários exige o fim da violência contra os movimentos, que lutam contra o acordo comercial CAFTABrasília – DF, 30 de março de 2005

Excelentíssimo Senhor
MANUEL ESTUARDO ROLDAN
Embaixador da República da Guatemala,
Embaixada da Guatemala
SHIS QI 3, CONJ. 10, CASA 3
Lago Sul – Brasília – DF

Senhor Embaixador:

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior do Brasil (ANDES-SN) dirige-se a Vossa Excelência para expressar nossa preocupação máxima pela recente escalada de perseguição aos docentes e outros líderes sociais na Guatemala. Estamos especialmente preocupados com o assassinato do professor Juan López e os ferimentos por armas de fogo sofridas por vários manifestantes, quando as chamadas forças de segurança abriram fogo contra um protesto anti-CAFTA em Colotenango, Heuhuetenango em 15 de março próximo passado. Vemos também como alarmante as ordens de prisão emitidas pelo governo guatemalteco contra JOVIEL ACEVEDO, Secretário Geral do Sindicato General de los Trabajadores de Educación de Guatemala (STEG) e outros líderes sociais e sindicais.

Nesse sentido, hoje, em conjunto com organizações docentes e estudantis de todo o hemisfério, manifestamos não apenas essas preocupações mas exortamos o governo guatemalteco a cessar as violações dos direitos humanos e a cancelar as ordens de prisão contra Joviel Acevedo e outros dirigentes que manifiestam sua oposição ao TLC EEUU-Centro América.

Nossos Congressos e Conselhos Nacionais vêm expressando sua condenação a esse tipo de acordos que não apenas ferem a soberania de nossos povos como também encaminham para um processo de colonização cultural e econômica. Investigações feitas pela Red Social para la Educación Pública en América (Red SEPA), a Internacional de Educación e outros institutos de pesquisa demonstram o impacto negativo deste tipo de acordos de comercio como o CAFTA terão na educação pública. Reafirmamos que ao opor-se à CAFTA, os professores e outros dirigentes e ativistas dos movimentos sociais guatemaltecos estão defendendo o direito universal à educação pública.

Os direitos democráticos de um povo autorizam a que este povo expresse seu ponto de vista em temas que têm um impacto profundo na natureza da sua sociedade. Somamos nossa voz à de todos os nossos colegas de todo o mundo e, em especial, da América para exigir o fim da medidas repressivas implementadas pelo governo guatemalteco para eliminar os direitos sociais e democráticos mais fundamentais.

Sem mais, nos despedimos cordialmente.

Profª Maria Inês Corrêa Marques
3ª Vice-Presidente

Cc: Oscar Berger, Presidente de la República de Guatemala