A disposição de luta do funcionalismo pode ser medida pela carta aprovada no congresso do Andes-SN, que se realizou no Piauí de 8 a 13 de março. Leia trechos da carta:

“O 22º Congresso do Andes-SN reafirmou sua solidariedade ao povo do Iraque, à heróica luta do povo palestino (…) e à luta de todos os povos latino-americanos (…) que, resistindo à ofensiva do capital e aos golpes imperialistas, apontam uma perspectiva de transformação revolucionária que abre uma nova etapa da luta pela unidade socialista da América Latina (…).

A implementação das políticas neoliberais, cujo cerne é a retirada de direitos dos trabalhadores, é viabilizada pelas chamadas reformas do Estado(…).
O que surpreende é que hoje se pretenda, como ontem, com Collor e FHC, fazer do funcionalismo público o responsável pela crise que vivemos(…).

As políticas e medidas até aqui anunciadas pelo governo(…) de manutenção do acordo de agosto/2002 com o FMI (…), de constituição de um ministério a que são alçadas figuras empresariais como Henrique Meirelles, Luiz F. Furlan e Roberto Rodrigues chocam-se frontalmente com as aspirações dos trabalhadores responsáveis pela vitória eleitoral. No centro da continuidade das “reformas” está a da Previdência. (…).

A esta política o povo brasileiro já disse não repetidas vezes, inclusive nas eleições de 2002. Eis porque nos negamos a abrir mão do direito de estabelecer nossas pautas de reivindicações, de organizar a luta (…) e negociar com governos e patrões a partir delas. E não reconhecemos como instância de negociação o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, instrumento privilegiado para a elaboração e legitimação de medidas que tentam suprimir o inalienável direito dos trabalhadores de lutarem e negociarem a partir dos interesses exclusivos da classe. (…)

Por isto, votamos que a CUT, à qual estamos filiados, saia do Conselho. Por isto, dizemos: negociação, sim; pacto social, não! (…) Organizamos, desde já, (…) a resistência ao PLP 09/99 (…) o 22º CONGRESSO do ANDES-SN encaminha para apreciação das suas Seções Sindicais o indicativo de greve com o conjunto dos servidores públicos do país(…)

O papel do sindicalismo classista e combativo é agir, barrar, impor derrotas à pretensão do capital de fazer dos países endividados os financiadores da guerra e fazer dos direitos duramente conquistados, fonte de lucros do capital especulativo.“
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