Milhares de servidores tomaram Brasília para protestar contra o arrocho e a corrupção. Foram dias de lutas, com acampamento, marchas e atosApesar das mobilizações, o governo segue intransigente dizendo que não há recursos e se comprometendo a discutir emendas no orçamento de 2006. O tratamento dado aos servidores contrasta com a corrupção que vive o governo, que paga mensalão de R$ 30 mil para deputados. Por isso, os representantes da Coordenação Nacional de Mobilização saíram da negociação prometendo recrudescer o movimento e ampliar a greve.

Plenárias apontam ampliação da greve
Nos dias 24 e 25 de junho, ocorreram as plenárias setoriais e setorial dos federais. A plenária setorial reafirmou a continuidade da greve e sua ampliação para os demais setores. O Sinasefe (sindicato que organiza os funcionários e docentes das escolas técnicas federais) aprovou greve a partir desta semana. Os trabalhadores do IBGE também se incorporarão ao movimento grevista em 4 de julho.

Já na plenária nacional, apesar dos encaminhamentos burocráticos das direções, que não permitiram que a base se expressasse, foram aprovadas as seguintes propostas: 1) Continuidade e ampliação da greve; 2) Indicativo do dia 4 de julho para entrada dos demais setores; 3) Manifestações e atos públicos nos estados e em Brasília no dia 29 (data da nova reunião de negociação com o governo); 4) Manifestações em todo o país na segunda quinzena de julho.

P-SOL e CUT: lamentável aliança
A CUT, que está tentando construir atos contra um suposto “golpe da direita” para defender o governo e o PT, contou com um aliado inesperado: a corrente Socialismo e Liberdade (SOL), do P-SOL. Esse setor, que tem um membro na executiva nacional da CUT, chegou a insultar os integrantes da plenária para defender a CUT das vaias do plenário. Também tentou desmoralizar a marcha contra a corrupção e as políticas neoliberais do governo, proposta pela Conlutas para 17 de agosto. Para resgatar a CUT, o SOL se alia com o governismo e ataca a Conlutas.

Conlutas se fortalece
Antes da plenária, ocorreu uma reunião com mais de 60 militantes da Conlutas no funcionalismo federal. Foram repassados os informes da Coordenação Nacional e discutida a organização dos encontros estaduais e a preparação da marcha de agosto. Vários companheiros, militantes das entidades nacionais, confirmaram a participação no Seminário do Andes sobre “Alternativas de Organização dos Trabalhadores” nos dias 10 e 2 de julho em Niterói (RJ).

O número expressivo de militantes na reunião é um sintoma da consolidação cada vez maior da Conlutas no funcionalismo e, ao mesmo tempo, uma afirmação da experiência que vem fazendo com a CUT e a política governista da maioria das direções das entidades. É um claro sintoma de que os servidores federais estão descobrindo uma nova direção para a classe trabalhadora.

Post author Paulo Barela, da Direção Nacional do PSTU
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