Poucos dias após a visita da secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, retomou as negociações com os EUA sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). No último dia 2, Amorim encontrou-se em Paris com Robert Portman, novo responsável pelo USTR, órgão de comércio exterior dos EUA.

Para Amorim, a reunião, de pouco mais de uma hora, deu “uma nova energia ao processo da Alca”. Amorim propôs o acordo de Miami – negociação da chamada Alca light em formato “4+1” (Mercosul-EUA) – como referencial para a retomada das negociações. A proposta visa negociar “em bloco” o acesso a mercados e a abertura comercial, apostando todas as fichas nas exportações agrícolas e cedendo cada vez mais em investimentos, serviços, propriedade intelectual e compras governamentais. Quer dizer, a proposta brasileira conduz, apesar de todos os esforços retóricos, à Alca hard proposta por Bush.

A declaração de Amorim comprova a subserviência do governo Lula que, não só deseja aprofundar a dependência estrutural do país ao imperialismo, mas também conduz a uma negociação que, caso seja concluída, transformará o Brasil em colônia dos EUA.

Post author Roberto Barros, da redação
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