Protestos nesta quarta-feira, na Universidade Nacional da Colômbia

O presidente norte-americano chega ao Brasil na noite desta quinta-feira, 8 de março, para iniciar um “tour” por cinco países latino-americanos, onde pretende, além de fiscalizar a aplicação da política neoliberal, aliar-se aos governos locais para reconquistar a influência no continente. Além do Brasil, ele passará por Uruguai, Colômbia, Guatemala e México. O Brasil não será o único país a recebê-lo com manifestações de repúdio.

Na Colômbia, onde Bush deve chegar somente no domingo, 11, os protestos já começaram radicalizados no dia 7, enfrentando forte repressão. Cerca de 100 Estudantes da Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, lançaram pedras e molotovs contra agentes que reforçavam a segurança na região por conta da visita de Bush. Os soldados reagiram com gás lacrimogêneo. A ação provocou o fechamento da principal via de acesso à universidade por mais de uma hora.

Já em Cali, uma das principais cidades colombianas, uma grande marcha com centenas de trabalhadores e jovens percorreu o centro da cidade. Os manifestantes gritavam palavras-de-ordem contra a presença de Bush no continente e contra o TLC (Tratado de Livre Comércio entre Colômbia e EUA). Outras manifestações já estão marcadas para os próximos dias.

No Uruguai, segundo país na rota de Bush, os trabalhadores preparam uma forte “recepção” a Bush. As autoridades reforçaram o esquema de segurança local, incluindo o trajeto do presidente dos Estados Unidos e empresas como a Coca-Cola e McDonald´s, prevendo fortes mobilizações. Uma grande marcha deverá ser realizada na principal avenida de Montevidéu. Em Colônia, haverá manifestações com a presença de ativistas argentinos e brasileiros.

Na Guatemala, o Dia Internacional da Mulher dá início aos protestos antiimperialistas. Uma forte mobilização no dia 10, sábado, dia que antecede a chegada de Bush, está sendo organizada para acontecer no centro da Cidade de Guatemala, capital do país.

No México, o protesto, além de exigir o “fora Bush”, vai incluir o rechaço contra a construção do muro na fronteira entre o país e os EUA, que visa a impedir a entrada de latinos nesse último. Diversos grupos, entidades e organizações fecharam uma “agenda anti-Bush”, com protestos no dia 12 – dia em que Bush chega ao México – nos consulados norte-americanos nas cidades de Monterrey, Acapulco, Guadalajara, Tijuana y Hermosillo. Haverá, ainda, uma grande concentração de ativistas em frente à embaixada dos Estados Unidos na Cidade do México, capital do país.

São esperados protestos também na Argentina, com a presença de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Chávez, apesar da retórica antiamericana, não deixou, até o momento, de cumprir os acordos econômicos com os Estados Unidos e paga religiosamente em dia a dívida externa de seu país.