Por aqui o imperialismo segue tentando saquear as riquezas do continente, por meio do pagamento da dívida externa, da remessa de lucros das multinacionais instaladas e o saque de riquezas naturais. Em colaboração com os governos subservientes da região, Bush tenta impor acordos de livre comércio e a Alca.

Guerra dos hidrocarbonetos
O tema da defesa e da nacionalização dos hidrocarbonetos (gás e petróleo) tornou-se uma questão estratégica para o continente. Os EUA gastam 26% do consumo mundial, produzem 9,8%, e tem apenas 2,9% das reservas, que se esgotarão em 10 anos e 8 meses. Ou seja, está apontada uma crise de abastecimento dos EUA, e isso explica suas guerras para garantir seu fornecimento.

A América Latina lhe fornece 24% do petróleo e gás. Mas os trabalhadores do continente não estão parados. Saindo em defesa da nacionalização do gás, as massas bolivianas protagonizaram mais um capítulo de sua revolução, derrubando o governo Carlos Mesa. No Equador, os trabalhadores e a juventude foram às ruas e derrubaram o governo neoliberal de Lúcio Gutiérrez. Foi a primeira vez na América Latina que um governo eleito num bloco de frente popular foi derrubado pela ação das massas. A essas batalhas pela nacionalização das reservas de gás e petróleo se somam as lutas contra os acordos de livre comércio. Na América Central, milhares foram às ruas contra os TLC’s.

Como expressão da crise do imperialismo, a Alca passa por um impasse porque o governo dos EUA busca preservar setores mais frágeis de sua burguesia, que não conseguem competir em nível internacional, como setores da burguesia agrária e dos produtores de aço. Mas as tentativas de implementar o acordo não cessaram. No apagar das luzes de 2005, Bush tentará retomar as negociações, auxiliados por Lula e Kirchner, a partir da rodada Doha da OMC.

Nova independência
Nos próximos anos é provável que novas lutas e revoluções contra o imperialismo devem sacudir o continente. Os governos e as burguesias nacionais continuarão submetendo-se ao comando de Bush. A luta pela segunda independência da América Latina estará colocada no horizonte. Isso só pode acontecer expulsando definitivamente o imperialismo e se a luta dos trabalhadores avançar rumo a uma revolução operária e socialista continental.
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