O ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro foi assassinado em emboscada no final da noite do dia 22, na reserva do Tinguá, distrito de Nova Iguaçu. Ele foi surpreendido por um tiro de escopeta na cabeça quando ia a pé para sua casa, que fica perto do parque.

Ribeiro era da organização não-governamental GDN (Grupo de Defesa da Natureza), entidade que luta pela preservação da fauna e flora da reserva do Tinguá, a maior do Rio de Janeiro sob administração federal.

Ambientalistas apontam como principais suspeitos do assassinato os responsáveis pela extração ilegal de palmito, caçadores e pessoas interessadas em construir dentro da área da reserva.

As causas
Segundo ambientalistas e fiscais do Ibama, Ribeiro vinha sofrendo várias ameaças de morte de palmiteiros e de caçadores de animais. O chefe da reserva, Luiz Henrique dos Santos afirmou não ter dúvidas de que o crime está ligado à questão ambiental. Márcio Castro das Mercês, agente de fiscalização do Ibama, disse que outras pessoas ligadas à causa ambiental também estão sendo ameaçadas.

O crime também pode ter como causa interesses imobiliários sobre o território. Os ambientalistas citaram os casos de um pastor que foi impedido pelo ambientalista de construir um heliporto em área protegida e de um parque, no município vizinho de Xerém, que queria expandir sua área para a reserva.

Está claro que as causas do assassinato e de todas as ameaças são os interesses de grupos que querem explorar e obter lucros com o território da reserva que se chocam com a luta de ambientalistas e entidades cujo objetivo é proteger a área. Seja por extração de palmito, seja por querer fazer obras na reserva, há por trás dessa e de outras mortes a busca desregrada pelo lucro.

Apesar de saber que as ameaças são constantes e que a causa é esse choque de interesses, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse que o local é “uma área com problemas sociais“, mas que o crime será “investigado independentemente das causas”. Pelo jeito, muitos ainda terão que morrer para que sejam investigados os verdadeiros culpados.