Professora vai a protesto de professores estaduais e, à noite, de lançamento do comitê paulista da campanha dos 10% do PIB para a Educação.

A professora Amanda Gurgel, conhecida pelo vídeo com seu desabafo diante dos deputados do Rio Grande do Norte, participa de dois atos em São Paulo, nesta sexta-feira, dia 7. Por volta das 16h, Amanda leva o seu apoio aos professores estaduais, na Praça da República. Amanda deve falar aos professores, que exigem a volta das férias de 30 dias e o cumprimento da Lei do Piso, referente ao tempo destinado a preparação de aulas e correção de provas. "O tempo para essas atividades nunca é contado. A gente acaba trabalhando domingos e feriados. E agora, São Paulo divide as férias… Não é difícil entender o porquê de tantos professores doentes", avalia Amanda. Os professores pretendem entregar um abaixo-assinado na Secretaria Estadual de Educação, contra a perda de direitos.

A partir das 19h, a professora estará no lançamento do comitê paulista da campanha pelos 10% do PIB já para a Educação. O evento será na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco. Por coincidência, onde o ministro da Educação, Fernando Haddad, estudou e iniciou sua militância política.

A campanha pelos 10% do PIB reúne diversas entidades, como o ANDES-SN, a CSP-Conlutas e a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL). "Vamos fazer um grande plebiscito nacional, em novembro, para que a população opine sobre o investimento em Educação. O Plano Nacional de Educação prevê 7%, mas sabemos que isso não é suficiente", diz Amanda. "Não adianta os governos dizerem que respeitam os professores, sem aumentar o investimentos. Desse jeito, nada vai mudar, continuaremos tendo de dar aulas em duas, três escolas, para sobreviver, e os alunos continuarão sem o direito de aprender."

Além do plebiscito, a campanha prepara atividades no dia 15 de outubro, Dia do Professor. Em São Paulo, serão realizadas aulas públicas, com o tema "Investimentos na Educação Pública". Neste dia, Amanda Gurgel participa de um debate sobre o mesmo assunto, em sua escola, na periferia de Natal.

O dia 15 também será marcado por atos de rua, atendendo ao chamado dos jovens indignados da Europa, por um dia mundial de protestos. "Este ano, o Brasil vai dar R$ 950 bilhões para banqueiros. Como não tem dinheiro para a educação?", questiona a estudante Clara Saraiva, da ANEL. "Temos de tomar as ruas, como os jovens estão fazendo na Espanha e no Chile".