Amanda Gurgel se emociona durante comemoração

Ainda emocionada e exausta pela intensa campanha, Amanda Gurgel falou ao Portal do PSTU sobre o significado dessa vitória. Amanda teve votação recorde de quase 33 mil votos em Natal, mais do que o dobro dos 14 mil do então recordista de votos Paulo Wagner (PV), um conhecido apresentador de TV da cidade. A professora que canalizou a indignação da população natalense fez questão de agradecer a todos os apoiadores e especialmente aos militantes que viajaram a Natal para ajudar na campanha, sem os quais ela não teria sido o que foi. “Minha energia e disposição vieram deles”, diz.

Qual a avaliação você faz dessa campanha?
Amanda Gurgel: Foi uma grande vitória. Contávamos com a possibilidade de sermos eleitos ou não, mas já tínhamos a festa preparada, porque de qualquer forma foi uma campanha muito comovente. Moveu de forma espontânea idosos, crianças, que colavam adesivos nas bicicletas, trabalhadores dos mais diversos setores, como saúde, educação, além de operários que vinham pegar material para distribuir. Várias pessoas vinham nos dizer que essa seria a primeira vez que votariam sem receber dinheiro. Foi uma campanha limpa, que esteve voltada a um projeto coletivo, não a um interesse individual como são normalmente as demais campanhas.

Você percorreu as ruas de Natal, os bairros mais pobres e teve muito contato com a população. O que mais ouviu?
Olha, os principais problemas dos quais a população reclama não é nenhuma novidade. São problemas que são sentidos desde sempre como a educação que está esquecida, o descaso com a saúde, o esgoto a céu aberto… Agora, a reivindicação que eu mais ouvi é a que eu não mudasse de lado. Muitos vinham me pedir para que eu não os desapontasse, não os frustrasse. Porque aqui já houve parlamentares ligados à educação que, quando foram eleitos, começaram a apoiar os projetos do governo e deixaram de lado as reivindicações dos professores. Então, nós explicamos que nosso mandato será diferente, não vai ser voltado para os interesses dos poderosos.

A que você atribui essa votação histórica em Natal?
É, foi realmente histórica. A gente atribui ao fato de as pessoas estarem 'cheias' com a política. Foi um recado bem claro que as pessoas deram aos políticos tradicionais. Tivemos até a grata surpresa de elegermos mais dois candidatos da Frente Ampla de Esquerda, dois companheiros do PSOL que não seriam eleitos se não fosse essa grande votação. Mas nós vamos fazer a diferença, com um mandato a serviço das lutas. Os políticos de Natal perderam o sossego.

E como vai ser o mandato de um partido revolucionário na Câmara de Vereadores?
Então, as pessoas já estão ansiosas para ver como vai ser um mandato socialista, de um partido revolucionário. Temos que falar que vai ser absolutamente diferente dos políticos que estão aí. Não vai ter conchavos ou acordos, não vai ter projeto a favor dos poderosos. Vai sim ter muita denúncia dessa situação, vai ter projetos discutidos com a população e os trabalhadores. Um mandato revolucionário é isso.

Já há algum projeto em mente para ser apresentado?
Com certeza, uma das primeiras coisas que vamos fazer vai ser exigir a aplicação dos 30% do PIB do município na Educação, que foi um dos eixos de nossa campanha e como estabelece a própria lei. Sabemos que é muito dinheiro, mas grandes problemas exigem grandes investimentos.

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