Representantes de 16 estados – de entidades e organizações – se reuniram por três dias em São Paulo, no feriado de 19 a 21 de abril, para debater a reorganização do movimento no Brasil. Eram cerca de 20 setores representados, entre eles, metalúrgicos, químicos, petroleiros, bancários, servidores públicos, professores, metroviários, comerciários e movimentos popular e estudantil.

Os debates foram ricos e acalorados. Decisões de consenso, polêmicas e a perspectiva de que os trabalhadores brasileiros vivem um momento único no processo de reorganização do movimento. Os debates permitiram que fossem identificados os pontos comuns sobre estratégia e concepção para o programa da organização unitária que está sendo construída, e permitiram também equacionar de forma clara e respeitosa as diferenças existentes e temas sobre os quais será necessário aprofundar a discussão.

Calendário da Reorganização
As entidades que participaram o encontro voltam para suas regiões para organizar esse processo na base. Haverá seminários e reuniões regionais, estaduais ou por categorias para discutir a necessidade de reorganizar o movimento de luta no Brasil.

Após a realização dessas atividades, previstas para acontecerem até outubro, será marcado um novo seminário nacional ainda em outubro na perspectiva de preparar um Congresso Nacional no início de 2010 para consumar a unificação.

Manifesto
No seminário foi reafirmado o manifesto aprovado no Encontro Nacional realizado no Fórum Social Mundial (FSM), em janeiro: “Manifesto Contra o Pacto Social! Em defesa do emprego, salário e direitos! Patrões e banqueiros é que devem pagar pela crise! Avançar na construção de uma alternativa unitária”.

Diante da crise econômica mundial em que o governo Lula editou medidas provisórias para socorrer os bancos, construtoras e outras empresas com dinheiro público, quer ajudar o FMI (Fundo Monetário Internacional) e declarou que os trabalhadores não devem pedir aumento salarial, os participantes do seminário decidiram continuar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

Por isso, entidades de luta de norte a sul do Brasil vão continuar a fortalecer as mobilizações contra as demissões e a redução dos direitos, contra os cortes no investimento em políticas públicas e apoiar e unificar as campanhas por salários. Apoiar o Comitê pela Reestatização da Embraer e o abaixo-assinado que está sendo lançado por parte das entidades que participaram do seminário, com as exigências dos trabalhadores dirigidas ao governo Lula, ao Congresso Nacional e ao Judiciário. Além disso, haverá a denúncia da natureza dessa crise capitalista.

Também foram reafirmadas as exigências aos patrões e aos governos aprovadas no Encontro Nacional no FSM: estabilidade no emprego; reintegração dos demitidos: estabilidade no emprego; reintegração dos demitidos e isenção de impostos e tarifas públicas para os desempregados; não à flexibilização dos direitos trabalhistas; manutenção e aumento dos investimentos em políticas públicas, saúde, educação, moradia e saneamento; defesa dos serviços públicos e do funcionalismo; defesa da Petrobras nacional; não pagamento das dívidas interna e externa e outras bandeiras.

Dia de luta
Todas as exigências serão apresentadas nas lutas que ocorrerem no próximo período, assim como serão divulgadas em todo o país no dia nacional de paralisações e manifestações que está indicado para o mês de junho.

Relatório
Inúmeros aspectos foram abordados no Seminário Nacional. Os debates são muitos. Todos serão apresentados no relatório que está sendo preparado por uma coordenação e será enviado às entidades que participaram da atividade. As moções aprovadas também serão enviadas com o relatório.

As entidades e organizações que promoveram o seminário são a Conlutas, Intersindical, MAS, MTL, MTST, Pastoral Operária Metropolitana (SP) e setores independentes.