Cerca de 30% dos bancários do Rio de Janeiro já votaram no primeiro dia de eleição para o Sindicato. A votação ocorre entre 3 e 7 de abril, com uma disputa acirrada entre os governistas da chapa 1 e os lutadores da Chapa 2 “Oposição para mudar e vencer!”, da qual faz parte a Conlutas e que defende a independência do sindicato, a ruptura com a CUT e a imediata deflagração de uma campanha salarial.

Através das pesquisas realizadas na última semana de campanha por ambas as chapas, percebe-se que a eleição ainda está bastante indefinida. Todas as pesquisas de intenção de votos realizadas na categoria mostraram que há uma parcela de cerca de 40% que ainda está indecisa sobre seu voto.

Companheiros de sindicatos e oposições da Conlutas de todo o país estão no Rio de Janeiro para ajudar na campanha da Chapa 2 e debater com essa parcela de indecisos sobre a necessidade de um sindicato de luta e independente para a categoria. São companheiros de Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora (MG), São Paulo, São José dos Campos (SP), Bauru (SP), Brasília (DF), Natal (RN), entre outros.

Parceria para rebaixar salários
Os setores governistas da Chapa 1 estão há mais de uma década na direção da entidade e, nesse período, o crescimento do lucro dos bancos foi 20 vezes superior ao aumento dos salários dos bancários. Os baixos salários de hoje, certamente, devem-se à cumplicidade entre estes dirigentes e os banqueiros. O sindicato tornou-se parceiro dos patrões. A informação recente de que a doação de bancos para o PT cresceu mais de 1.000% em 2 anos evidenciou as razões dessa “parceria”.

A diretoria do sindicato (PT, PCdoB e CUT) aceita acordos rebaixados em troca das gordas doações dos banqueiros. Por isso sai em defesa dos patrões e se enfrenta com a categoria quando esta tenta lutar por melhores salários, a exemplo da greve bancária de 2004.

Com esta direção, o sindicato carioca, como a CUT, atrelou-se ao governo e aos banqueiros e perdeu sua independência. Seus dirigentes apóiam a reforma sindical e trabalhista, que acaba com direitos históricos da classe trabalhadora e põe fim à autonomia dos sindicatos de luta.

A presença nos eventos do sindicato de chefes do alto escalão dos bancos no Rio não deixa dúvidas sobre esta mudança de rumos. Como se não bastasse, a atual diretoria nada fala sobre os escândalos de corrupção do governo Lula. Não podem criticar os “mensaleiros” porque são apoiados por eles, fazem parte do mesmo grupo político.

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