Em destaque, alguns dos números da pesquisa do DIEESE
Redação

Para famílias mais pobres, a comida está 13,88% mais cara. Preço do feijão subiu 33,9% em dezembroCálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre a variação de preço de necessidades básicas como alimentação, vestuário e moradia atesta que o custo de vida teve em 2007 uma alta de 4,80%, a maior desde 2004, quando o índice do custo de vida subiu 7,70%. O Dieese tomou São Paulo como base.

O índice varia de acordo com a renda das famílias. A inflação foi mais sentida pelas famílias mais pobres, aquelas localizadas no setor com renda mensal de até R$ 377,49, que amargaram uma alta de 5,55% no custo de vida.

O custo que mais subiu em 2007 foi o com alimentação, que sofreu uma elevação média de 12,48%. Para as famílias mais pobres, essa alta ficou em 13,88%. O maior aumento ocorreu no grupo dos alimentos in natura, com mais de 20%. Para se ter uma idéia, a inflação dos alimentos fechou o ano com um valor quase três vezes superior a 2004, quando ficou em 4,14%. O acumulado dos três anos ficou em 22,50% em dezembro último quando, pela primeira vez, superou a inflação geral (21%).

No acumulado do período, outro custo que pesou na inflação foi habitação, que teve alta de 14%. Em 2007, outros itens que sofreram alta foram a educação, que teve aumento de 6,27% e as despesas com saúde, que aumentaram 3,40%, tendo contribuído para isso principalmente o aumento no valor dos planos de assistência médica, que teve variação de 3,79%.

Inflação na cesta básica
O último mês de 2007 teve a maior inflação dos últimos 41 meses. Só no mês, o ICV contou com elevação de 1,09%. Hortaliças aumentaram 14,5%, tendo casos com o preço do alface, cujo preço subiu 20,7%. Já o feijão teve alta de 33,9%. A carne registrou aumento de 7%. Com isso, comer fora de casa também ficou mais difícil, com um aumento de 7,54% nos preços.

Tais aumentos provocaram a elevação da cesta básica em 2007. Pesquisa do Dieese em 16 capitais constatou um grande aumento nos produtos de primeira necessidade das diferentes regiões. Em Aracaju (SE) o aumento chegou a 24,38%. Goiânia (GO) teve alta de 24,21% e Belém (PA), de 20,90%. A cesta básica mais cara é a de São Paulo, cujo preço é de R$ 214,63, em média.

Em todas as capitais pesquisadas, o aumento ficou bem acima do reajuste de 8,57% concedido ao salário mínimo no ano. O salário mínimo vital estipulado pelo Dieese em dezembro foi de R$ 1.803,11, quase cinco vezes maior que o atual salário mínimo. O governo comemora a criação de mais empregos em 2007, mas a maioria absoluta destes postos é composta por baixos salários e precarização. Com a alta do custo de vida, estes novos empregados sentem mais na hora do almoço, quando tem de apertar o cinto.

Veja a pesquisa completa no site do Dieese