Manifestantes tomam o microfone e o palco da audiência públicaNo dia 13 de abril, houve no Recife (PE) uma audiência pública promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para apresentar a proposta de aumento nas contas de luz. A previsão é de um aumento médio de 34,1%, sendo 30,1% para o consumidor residencial e 42,5% para os grandes clientes, como as indústrias. O aumento provocou indignação na população.

Por causa da revolta gerada pela notícia do reajuste de taxas, a audiência não foi como os representantes da Aneel previam. Vários moradores e entidades foram até lá protestar contra o aumento e houve tumulto entre os manifestantes e os representantes da Aneel, o que provocou uma interrupção de duas horas no evento. O PSTU teve uma importante participação no protesto.

Durante o evento, os militantes do PSTU e representantes de associações de moradores gritavam palavras de ordem como “se aumentar, Pernambuco vai parar” cada vez que alguém defendia o aumento. O superintendente de regulação econômica da Aneel, César Gonçalves, foi interrompido mais de cinco vezes, ao apresentar o estudo que a Aneel fez sobre o aumento.

O tumulto ocorreu pois os manifestantes queriam ter o direito à palavra, para poder se contrapor às esplanações da mesa. Isso porque, mesmo após serem abertas as inscrições para falas da platéia, a mesa que coordenava o debate chamou os defensores do aumento para falar primeiro. Insatisfeito com a ordem de inscrição da audiência, Joaquim Magalhães, presidente estadual do PSTU em Pernambuco, foi até a mesa para saber quando poderia falar. O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, apenas vociferou para que ele saísse do palco. Por conta disso, Joaquim tomou o microfone de Kelman. Depois disso, diversos manifestantes presentes ocuparam o palco, gritando: “o povo quer falar”. As imagens do protesto foram transmitidas na noite de ontem, pelo Jornal da Globo.

Apesar dos protestos, a Aneel insistiu no aumento das tarifas. “Não foi apontado equívoco de natureza jurídica, técnica ou erro de cálculo”, resumiu o diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman. O reajuste nas tarifas está sendo baseado nos custos que a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) teve com a compra de 86% da energia produzida pela usina Termopernambuco. Essa energia é mais cara do que a das hidrelétricas administradas pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), e, com base ao contrato, a Celpe, tenta repassar este custo para o consumidor.

DEU NA IMPRENSA
Leia a reportagem `Militante do PSTU sobe no palco e rouba a cena`, do Jornal do Commercio (PE)