O ex vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, foi um dos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz 2007 “por seus esforços em construir e divulgar um maior conhecimento sobre as mudanças climáticas”. O Comitê Nobel deve ter passado maus bocados para tomar esta decisão ao não encontrar em sua lista de candidatos nenhum verdadeiro defensor da paz, além de desconhecer o currículo do ex-vice-presidente.

Al Gore, definitivamente, não é nenhum defensor da paz e nem aspirante a salvar o planeta com sua visão ecologista.

Sobre o “pacifista” Gore, somos obrigados a recordar que a administração Clinton-Gore foi a que bombardeou Iugoslávia, Albânia, Sudão, Afeganistão, Iraque, Haiti, Zaire e Libéria, utilizando todo tipo de armas destrutivas, incluindo projéteis que continham urânio empobrecido, causando a morte de milhares de civis e danos ambientais irreparáveis, cujos efeitos vão pendurar por centenas de anos.

O honorável Comitê deveria saber que, por outro lado, o atual herói da causa ecológica, quando era vice-presidente do país mais poluidor do mundo, ao invés de realizar alguma ação sobre a questão ambiental, negou-se a firmar o Protocolo de Kyoto, tímido acordo internacional para reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento do planeta.

Em seu documentário, Gore oculta a verdade quando afirma que “somos todos responsáveis”. Na verdade não são todos, mas 20% da humanidade, principalmente as multinacionais, são os que cometem cerca de 80% das agressões contra o meio ambiente. O consumo médio de energia de um cidadão do primeiro mundo é 70 vezes maior do que um cidadão dos chamados países em desenvolvimento. Na própria casa de Al Gore, se consome 20 vezes mais energia do que o consumo médio de uma família norte-americana!

Outra batalha do ex-vice-presidente é a sua defesa dos agrocombustíveis como medida para reduzir a contaminação da atmosfera.

A atual campanha pela produção de monoculturas de matéria-prima para biocombustíveis já está causando desertificação de grandes superfícies, destruindo bosques, florestas e terras de cultivos tradicionais na América Latina (na Argentina, no Brasil e na Bolívia, por exemplo), Ásia e África para alimentar os “ecocarros”.

Além disso, representará maiores desmatamentos que aumentarão as emissões de gases de efeito estufa – responsáveis pelo aquecimento global. Por trás de tudo isso, esconde-se outra “verdade inconveniente”: os interesses das multinacionais do agronegócio de biocombustíveis.