Como a maioria de vocês já deve estar sabendo, a Aldeia Maracanã foi invadida hoje. A PM do Rio de Janeiro, a mando de Sergio Cabral e Eduardo Paes (e com a conivência de Dilma) retirou de dentro da Aldeia os índios, os apoiadores, os jornalistas. Para realizar tal empenho a mesma usou de uma violência desproporcional: muitos policiais, armados até os dentes, utilizando sprays de pimenta, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, além dos helicópteros, caveirão e mais.

Toda essa violência é utilizada para defender interesses que talvez não sejam conhecidos por todos. Talvez nem todos saibam, mas o interesse por trás da derrubada da Aldeia Maracanã é político e também monetário. O interesse monetário é mais fácil de perceber: derrubar a Aldeia e se apropriar de um terreno que está avaliado em 60 milhões. Essa desocupação é coerente com o resto da privatização do Maracanã, que engloba também destruir a escola municipal Friedenreich e o parque aquático Julio Delamare. O interesse político está em derrotar a mobilização, dizimar a confiança na luta daqueles que resistem firmemente e desmoralizar os ativistas. Mostrar a todos que sonhar não vale a pena.

É necessário também dizer os motivos de Cabral para fazer isso. Cabral age dessa forma violenta para defender os interesses de uma parte bem pequena da população: os empresários. As montadoras de Eike Batista (IMX), Norberto Odebrecht Junior (Odebrecht SA) e Sergio Lins Andrade (Andrade Gutierrez SA) estão todas ganhando rios de dinheiro com a privatização do Maracanã e a destruição e reconstrução do seu entorno. Estamos falando de cifras grandes: Eike recebeu 2,4 milhões do Governo do Estado; a Odebrecht recebeu 3 milhões de recursos públicos (sobretudo pelo BNDES) e a Andrade Gutierrez SA ganhou 7 bilhões (também BNDES). E é claro, estas mesmas ajudaram Sergio Cabral e Paes a se elegerem, contribuindo com cifras também gordas.

Os movimentos sociais têm uma necessidade: juntar suas forças e apresentar uma política única. Precisamos nos fortalecer coletivamente para, derrotarmos Cabral e seus aliados. Para tanto, teremos uma reunião de continuidade da Resistência às 10 horas amanhã no SEPE.

É MUITO importante a presença de todos lá. Queremos que cada entidade estudantil, cada sindicato, cada movimento de luta contra as opressões, cada movimento popular, cada grupo ou coletivo jovem e cada partido político que estão na luta em defesa da Aldeia Maracanã venham se somar. Não podemos seguir tocando as lutas de maneira fragmentada: a chave para a vitória é a nossa unidade.

Nós aprendemos com a nossa história: aprendemos com a desocupação das comunidades, aprendemos com a prisão do Emicida em defesa da Ocupação Eliana Silva, e, sobretudo, aprendemos com o massacre do Pinheirinho. E continuamos dizendo: quem luta não tá sozinho. E não podemos estar cada um na nossa ilha, ou cada um na sua aldeia.

Reunião de Resistência da Aldeia Maracanã – Amanhã (23/03) às 10 horas no SEPE-RJ
SEPE-RJ : Rua Evaristo da Veiga, 55 – 8º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ

Juventude do PSTU RJ