No último dia 28 de janeiro o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) visitou a cidade de Bragança Paulista (SP). O principal motivo da visita foi a “ilustre” entrega do título de cidadão bragantino proposta pelo presidente da Câmara dos Vereadores, João Carlos Carvalho(PSDB).

A visita só foi anunciada nas últimas horas do dia 27, mas mesmo assim ativistas do MOB(Movimento Outra Bragança),do PT,PSTU,PSOL CSP-Conlutas,e ainda ativistas da cidade de Atibaia, se organizaram e, logo nas primeiras horas do dia 28, já se reuniam para elaborar cartazes em solidariedade ao Pinheirinho e também com a exigência do cumprimento da lei nacional do piso da educação.

Manifestação é recebida com repressão
Logo ao chegar à porta da Prefeitura Municipal onde o governador seria recebido, os ativistas foram “recepcionados” pelo chefe de gabinete da prefeitura Torricelli e também por um velho cargo de confiança da prefeitura, Marco Marcolino. Os mesmos chegaram a tentar impedir a manifestação,ora alegando que os cartazes eram ofensivos, ora dizendo que a manifestação não poderia se dar dentro da prefeitura.

Mesmo com a tentativa de repressão, os ativistas permaneceram em frente à prefeitura com os cartazes em punho e cantando palavras-de-ordem em apoio ao Pinheirinho.

Conforme o horário da chegada do governador se aproximava, os deputados estaduais (entre eles Beto Tricoli- PV) e prefeitos ligados à região bragantina, foram chegando e logo eram cobrados pelos manifestantes sobre o ataque ao Pinheirinho. Além de sorrisos amarelos, nada de convincente foi dito.

Por fim, quando a chegada do governador era iminente, o prefeito de Bragança, João Afonso Solis, foi conversar com os manifestantes garantindo que o governador receberia alguns membros do protestos e, assim, as questões sobre o Pinherinho e o piso poderiam ser respondidas por Alckmin. Porém, como já era esperado, os ativistas permaneceram até o final da sessão solene e o prefeito não deu mais o “ar da graça”.

Entrada pelos fundos e nova repressão
Finalmente, às 14h, Geraldo Alckmin apontava nos portões da prefeitura municipal de Bragança. Neste momento, um enorme aparato de segurança foi montado e o governador, para fugir dos manifestantes, entrou pelos fundos da prefeitura. Ao mesmo tempo, a PM impediu com truculência que os ativistas acompanhassem o escolta do governador. Pouco tempo, depois o prédio onde fica a prefeitura foi cercado pela PM e Guardas Municipais, que impediram até mesmo que qualquer pessoa entrasse no prédio.

Mesmo com toda a repressão, os ativistas ficaram até o final da visita do governador, entoando palavras de ordem a favor do Pinheirinho.

Ato simbólico porém histórico
Devido à visita ter sido anunciada de última hora, não mais que uma dezena de ativistas estiveram presentes na manifestação. Mesmo em poucas pessoas, todos saíram com a certeza de ter realizado um ato histórico. Foi a primeira vez que se tem noticia que um governador foi recebido com protesto na cidade. Isso mostra o quanto a luta do Pinheirinho está latente e que muitos novos ativistas tem se formado já com o espírito de luta e solidariedade enraizados. O ato se dá num novo processo de lutas em Bragança Paulista onde, desde o inicio de 2010, o MOB(Movimento Outra Bragança) tem realizado sistematicamente ações e protestos em defesa de direitos, e desta vez, mais um passo adiante foi dado quando o movimento aprovou por unanimidade o apoio e solidariedade ao moradores do Pinheirinho em São José dos Campos.