Um pequeno mas barulhento grupo de manifestantes saiu ontem em passeata pela avenida Eduardo Ribeiro, desde a Praça do Congresso até a Praça da Matriz, no Centro da cidade, em protesto contra o Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca), que deverá entrar em vigor em 2005, reunindo 34 países sob a liderança dos Estados Unidos. Em cima de um carro de som, Socorro Papoula, da Articulação de Mulheres do Amazonas (AMA), chamava a atenção para os pontos negativos do acordo, na avaliação dos líderes do movimento.”Esse acordo vai escravizar os brasileiros”, dizia ela.

Na frente da passeata ia o candidato ao Governo do Estado pelo PSTU, Herbert Amazonas e um pouco mais atrás o candidato do PT, João Pedro. Representantes de vários sindicatos como dos Correios, da Saúde, das Telecomunicações e das pastorais sociais da Igreja Católica participaram do ato. O diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ademar Santos Silva, disse que a partir de agora a mobilização será intensificada com encontros e debates para esclarecer o maior número possível de pessoas.

A idéia é que pelo menos 50 mil pessoas do Amazonas participem do plebiscito nacional que será realizado de 1º a 7 de setembro. O plebiscito terá o lema, “Soberania sim, Alca não”. Todas as pessoas acima de 16 anos podem votar, dizendo se concordam que o governo brasileiro assine o acordo da Alca e se o governo brasileiro deve continuar nas negociações. Os manifestes entendem que o acordo é um contrato internacional que praticamente garante o privilégio do capital privado sobre qualquer interesse público e alertam que caso esse acordo seja aprovado a educação e a saúde, por exemplo, não serão mais direito de cidadão, apenas um serviço e como tal, uma mercadoria como outra qualquer com preço de mercado. A próxima manifestação contra a Alca será articulada pela AMA e acontecerá no dia 12, segunda-feira, em que as mulheres irão acampar na Praça da Matriz, das 9h30 às 17h.

Jornal a Crítica de Manaus- 080802