Ao longo do ano, Lula fez de tudo para fechar o acordo de implementação da Alca. Propôs até uma tal Alca light para concluir o acordo no prazo estipulado (início de 2005). Tratava-se de uma estratégia de negociação para barganhar flexibilizações nos bilionários subsídios que o governo norte-americano gasta para apoiar as empresas do setor agrícola daquele país.

Lula e seus negociadores do Itamaraty pretendiam obter melhores condições (cotas) para os fazendeiros brasileiros exportarem seus produtos ao mercado norte-americano. O governo e setores da esquerda afirmavam que tal linha adotada nas negociações era uma postura “soberana”, mas a verdade está bem longe. Toda a base da negociação é o livre comércio, a entrada e saída de mercadorias dos países sem qualquer restrição às importações, o que significa uma invasão dos produtos norte-americanos no Brasil, aumentando o desemprego e a miséria aqui. Mesmo Lula estando disposto a trocar a soberania por grãos de soja, as negociações da Alca tiveram que ser empurradas para depois das eleições nos EUA, porque Bush estava sendo pressionado por fazendeiros que apoiaram sua reeleição.

No entanto, menos de dois dias depois das eleições nos EUA, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que o país deve retomar as negociações. Aos movimentos populares, só resta o caminho da luta e exigir a imediata retirada do Brasil das negociações da Alca. É preciso construir um calendário de lutas que derrote a ofensiva recolonizadora.

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