Ocupação ao prédio da Secretaria da Fazenda é mantida e luta agora é pela revogação do decreto que cassa reajuste de 2006 aos servidores estaduaisApós ensaiar um recuo, o governador de Alagoas, Teotonio Vilela (PSDB), decidiu manter o decreto que cassa o aumento salarial ao funcionalismo público estadual, autorizado em abril do ano passado. Apesar de, nesta terça-feira, 23, o governo ter pago à maioria dos servidores as parcelas cortadas dos salários referentes ao mês de janeiro, Vilela argumenta que não pode voltar atrás de sua decisão para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita os gastos com o serviço público.

Indignados com a medida do governador, grande parcela do funcionalismo alagoano decidiu entrar em greve desde o último dia 16, um dia depois da publicação do decreto. Policiais civis, profissionais da saúde de nível técnico e superior, professores e outros servidores engrossaram o movimento exigindo que o governador revogasse o decreto por ele assinado.

Ocupação à Sefaz continua
Para pressionar o governo, os trabalhadores estaduais estão desde a última sexta-feira acampados no prédio da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) e lá permanecem até hoje (24). Desde sábado, dia 20, a Justiça expediu uma liminar de reintegração de posse do prédio em favor do governo, porém, um dos comandantes da PM no Estado, informou, no domingo, que não iria executar a ação sem antes aguardar o desenrolar da situação, segundo informações de militantes da Conlutas em Maceió.

Ontem (23), militantes do MLST e do MST reforçaram a ocupação ao prédio da Sefaz, em solidariedade aos servidores. Mesmo após a liberação em folha suplementar das parcelas dos salários cortadas pelo governo, os servidores estão realizando assembléias e deliberando pela manutenção da greve. À exceção dos médicos, enfermeiros e odontologistas, a ampla maioria do funcionalismo público do Estado deve permanecer em greve até a revogação do decreto.

Nesta quinta, dia 25, novas rodadas de negociações devem ocorrer e o governador de Alagoas deve propor o parcelamento dos 80% referentes à isonomia dos professores, não incluídos na suplementação.