Leia abaixo o editorial do nº 499 do Opinião Socialista

Recente pesquisa do Datafolha aponta uma rejeição recorde do governo Dilma em apenas seis meses de mandato: 65% consideram seu governo ruim ou péssimo, ganhando apenas de Collor, que chegou a 68% pouco antes do impeachment, em 1992, pior índice da série iniciada em 1990. Dias  antes, o ex-presidente Lula declarou, num encontro em São Paulo: “Dilma está no volume morto, o PT abaixo do volume morto e eu estou no volume morto”. A declaração foi após Lula saber os resultados de uma pesquisa interna do PT no ABC Paulista, em Santo André e São Bernardo do Campo, em que a taxa de rejeição a eles chegava a 75%.

Não era para menos. Dilma se reelegeu prometendo não atacar os direitos dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”, mas, logo após as eleições, fez o contrário. Desde então, o baú de maldades do ajuste fiscal foi aberto contra os trabalhadores, estudantes e aposentados para satisfazer a ganância de banqueiros, empreiteiros e corruptos.

Com apoio do Congresso Nacional, aprovou as medidas provisórias que alteram as regras do seguro-desemprego e das pensões. Agora, Dilma vetou a substituição do fim do fator previdenciário defendido pelas centrais sindicais e mudou as regras da aposentadoria. O governo quer impedir que os trabalhadores se aposentem, quer que trabalhem até morrer. Enquanto isso, para a juventude pobre e negra, preparam prisões, com o projeto de redução da maioridade penal. O governo já anunciou, também, que não aceita o reajuste dos aposentados que ganham mais de dois salários mínimos, aprovado pelo Congresso. Ou seja, eles jamais terão um aumento real.

Isso demonstra o fracasso da política das centrais sindicais de privilegiar a negociação no Congresso e não a mobilização dos trabalhadores como propõe a CSP-Conlutas. Mas os trabalhadores não estão derrotados e demonstram sua disposição de luta, como a greve dos operários da construção civil e de rodoviários de Fortaleza (CE).

Só a mobilização pode barrar o ajuste fiscal. É preciso construir uma greve geral para barrar os ataques dos governos, do Congresso e dos patrões.

A frente denominada Grupo Brasil, que está sendo construída pelo PT, PCdoB, MST e até setores do PSOL, não é alternativa, pois não é oposição ao governo que chefia o ajuste fiscal e não se propõe a romper com essa política de aliança com os patrões e banqueiros, que privilegia o pagamento da dívida pública e os lucros da patronal ancorados na exploração da classe trabalhadora.

Por isso, o PSTU não se cala e não se intimida com as medidas antidemocráticas aprovadas pelo Congresso de deputados picaretas, e defende a construção de uma alternativa operária e socialista. Uma alternativa que lute por um governo dos trabalhadores, sem patrões e sem corruptos para mudar o Brasil de verdade.

ASSINE aqui